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CAMPÃO

Oficina durante o Campão Cultural mostra que capoeira é também para crianças

Rostos fofinhos, concentrados, demonstrando alegria e atrevimento. A capoeira é também para os pequenos, sim!

26 novembro 2021 - 08h46
Oficina de Capoeira para Crianças Brincadeira de Angola
Oficina de Capoeira para Crianças "Brincadeira de Angola" - (Fotos: Ricardo Gomes)

Rostos fofinhos, concentrados, demonstrando alegria e atrevimento. A capoeira é também para os pequenos, sim! É o que demonstrou a Oficina de Capoeira para Crianças “Brincadeira de Angola”, ministrada pelo Mestre Liminha com auxílio do professor Sandrão na noite desta quinta-feira, 25 de novembro, durante o Festival Campão Cultural – 1º Festival de Arte, Diversidade e Cidadania, na Biblioteca Estadual, que fica no primeiro andar do Memorial da Cultura.

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Oficina de Capoeira para Crianças “Brincadeira de Angola”

“Eu gosto de treinar os passos, da brincadeira do macarrão. Quando eu crescer, quero ser capoeirista”, diz a menina Carolina Bedoglin, de dez anos. Sua mãe, Vivian, também fez capoeira quando era adolescente, e sempre quis que a menina praticasse. “Eu sabia que era uma coisa bacana e queria apresentar esta atividade para ela. Na capoeira você faz muitas amizades, conhece outras pessoas, é diferente de fazer academia. Envolve música, é uma cultura, a ginga e os movimentos são bonitos”.


"Quando eu crescer, quero ser capoeirista”, diz a menina Carolina

O Fábio Souza, pai da pequena Isis, de 7 anos, notou o desenvolvimento da menina desde que ela começou com as aulas de capoeira. “É bom para o desenvolvimento corporal, mental, para o condicionamento físico, e ela ama esse professor, ela ama capoeira. Antes de fazer essa atividade, ela não conseguia nem brincar direito e já se cansava. Hoje ela tem o raciocínio rápido. Escolhi a capoeira por envolver dança, música, por ser arte e cultura misturado”.


Mestre Liminha é mestre há mais de 30 anos

Mestre Liminha é mestre há mais de 30 anos, e atua há 21 anos como professor em escolas com a capoeira especificamente para crianças. “Eu uso o método do Mestre Ferradura, que é a ‘brincadeira de angola’, em que utiliza elemento do cotidiano das crianças, as cantigas infantis, elementos lúdicos. A criança brinca de capoeira no coletivo, em turminhas”.

Até a década de noventa, a capoeira era ensinada apenas para crianças acima de dez anos. Os mestres não aceitavam crianças menores, explica o Mestre Liminha. Hoje ele dá aulas para crianças a partir de oito meses. “Como o ser humano está mais individualista, é necessário saber como atrair as crianças, que têm todo o conforto em casa, os celulares, tablets, computadores, televisão, internet, etc. Com as crianças, trabalhamos movimentos como ‘ponte’, ‘bananeira’, movimentos equilibrantes, cada música, cada atividade é trabalhada num ritmo de brincadeira. Tudo tem que ser divertido, tem que fazer sentido para a criança”, explica o professor Sandrão, que participou das atividades com Mestre Liminha na oficina.

“A criança não tem referências sobre a cultura negra, então ela aprende essas referências aos poucos com elementos de historicidade durante as aulas, com a cultura de paz, aprende a lidar com o coleguinha, a criar afetividade entre o grupo. Os limites têm que ser claros: não pode colocar o colega em risco, quebrar os materiais, perturbar a aula. Ela começa brincando, começa a criar identidade. Na capoeira para crianças você não está necessariamente formando um capoeirista, você está formando um cidadão, que gosta de cultura, da sua história”, diz Mestre Liminha.


Festival Campão Cultural – 1º Festival de Arte

O Mestre diz que a capoeira está em todos os lugares: “nas escolas particulares, escolas públicas, nos projetos sociais, na alta sociedade na classe média. Aceita todas as diferenças, é contra o machismo, o bullying, o racismo, a homofogia, proporciona a inclusão e aceitar o limite do outro. Capoeira é amor e resistência. Capoeira é vida”.

Se você se interessou, ainda dá tempo de participar: as oficinas de capoeira durante o Festival Campão Cultural – 1º Festival de Arte, Diversidade e Cidadania vão até este domingo, 28 de novembro, e ainda há vagas. Para conferir a programação das oficinas, basta clicar AQUI. Participe! É tudo com entrada franca e aberto ao público!

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