Após encerrar sua trajetória de quase três décadas à frente do Jornal Nacional, William Bonner deixou mais do que um lugar vago na bancada do principal telejornal do país. Deixou também um conselho ao seu sucessor, César Tralli, que assume oficialmente o posto nesta segunda-feira, 3.
Em entrevista ao jornal O Globo, Bonner resumiu em poucas palavras aquilo que considera essencial para ocupar a cadeira do JN: “A sugestão é muito simples: entregue-se. Porque o JN e a nossa profissão são muito absorventes. E o Tralli é um exemplo de alguém cuja entrega já rendeu frutos inequívocos”.
A fala revela não só a admiração pelo novo titular, mas também a dimensão do compromisso envolvido no jornalismo diário em rede nacional. Para Bonner, o Jornal Nacional amplifica o trabalho que já é realizado nas redações. “O JN só vai tornar mais evidente o quanto a gente entrega, porque tem um alcance maior”, avaliou.
Ainda na conversa, Bonner aproveitou para reforçar que o telejornal vai além dos rostos que aparecem na tela. “Você é o ponto final da fábrica. Você entrega para o público uma reportagem que foi o trabalho de 25, 40, às vezes 80 pessoas”, destacou o jornalista de 61 anos.
Apesar da transição, Bonner mantém os pés no jornalismo. A partir de 2026, ele passa a integrar a equipe do Globo Repórter, onde poderá explorar uma nova linguagem e estilo de reportagem, diferente do ao vivo e da rotina intensa do JN.
