
Um novo mural do artista britânico Banksy foi removido da fachada do Royal Courts of Justice, em Londres, menos de dois dias após ter sido descoberto. A intervenção, feita em uma parede externa do Queen’s Building, parte do complexo do tribunal, retratava um manifestante ferido no chão segurando um cartaz manchado de sangue, enquanto um juiz, vestindo toga e peruca, levantava um martelo sobre ele.

A imagem foi rapidamente interpretada como uma crítica à repressão de manifestações no Reino Unido. O próprio Banksy confirmou a autoria da obra ao publicar fotos em seu perfil oficial no Instagram.
O HM Courts and Tribunals Service (HMCTS), órgão responsável pelo edifício, ordenou a retirada do grafite com base no status do prédio como patrimônio histórico protegido. Segundo o órgão, havia a obrigação legal de manter a estrutura original do Royal Courts of Justice.
A remoção teve início na terça-feira (9) e se estendeu até a quarta-feira (10). Antes disso, a obra foi coberta e protegida por seguranças, o que chamou ainda mais atenção do público e da imprensa.
O grupo Good Law Project criticou duramente a remoção da obra, destacando, em postagem no X (antigo Twitter), que a ação do tribunal “reflete exatamente o que o mural representava: o cerceamento do direito de protestar”.
A crítica ocorre em meio ao aumento das tensões políticas no Reino Unido. No último sábado, cerca de 900 pessoas foram presas durante protestos contra a classificação do grupo Palestine Action como organização terrorista pelo governo britânico.
Banksy é conhecido por utilizar espaços urbanos para questionar estruturas de poder e desigualdade social. Com identidade ainda desconhecida, o artista tem um histórico de obras que abordam temas como guerra, pobreza, migração e liberdade de expressão.
