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TELA VIVA

Mostra leva filmes sul-mato-grossenses às ruas de três cidades e abre inscrições até 7 de dezembro

Mostra itinerante premia 11 produções de MS e leva curtas para as ruas de Corumbá, Ladário e Puerto Quijarro

25 novembro 2025 - 17h30Da Redação
Crianças assistem a exibição ao ar livre durante atividade do Cineclube Cinema de Sala, que inspira a Mostra Itinerante prevista para janeiro de 2026.
Crianças assistem a exibição ao ar livre durante atividade do Cineclube Cinema de Sala, que inspira a Mostra Itinerante prevista para janeiro de 2026. - (Foto: Divulgação)
Terça da Carne

No final de novembro, enquanto o calor do fim de primavera ainda enche o ar de poeira em Corumbá, um outro tipo de preparação começa a tomar forma. Não se trata de palco, camarim ou tapete vermelho, mas de uma tela inflável de quatro metros, cadeiras acessíveis e caixas de som com qualidade suficiente para preencher uma praça inteira. É a estrutura da Mostra Itinerante Cinema de Sala, que acontece entre os dias 14 e 23 de janeiro de 2026 e acaba de abrir inscrições para cineastas de Mato Grosso do Sul.

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As inscrições seguem até o dia 7 de dezembro e contemplam filmes produzidos no estado entre 2024 e 2025, preferencialmente com recursos de políticas públicas culturais e elementos de acessibilidade, como Libras, audiodescrição e legendas em português ou espanhol.

A mostra será realizada nas ruas de Corumbá, Ladário e também em Puerto Quijarro, na Bolívia, com entrada gratuita. Serão premiadas 11 produções. Três filmes de até 20 minutos recebem R$ 1,5 mil cada. Outros seis, com duração de até 5 minutos, ganham R$ 500. E mais dois vídeos experimentais, também de até 5 minutos, serão premiados com R$ 500 cada.

A ideia nasceu do Cineclube Cinema de Sala, criado em 1998 por Salim Haqzan, que conta que tudo começou com uma TV de 16 polegadas na Casa de Cultura. Agora, mais de duas décadas depois, o projeto ganhou ruas, cruzou fronteiras e se transformou em uma mostra com estrutura profissional e impacto cultural.

“Levar o cinema com dignidade para as ruas é um sonho antigo. Com som de qualidade, acessibilidade e filmes que falem da nossa realidade. O público vai se ver nas telas e vai poder conversar sobre isso”, disse Salim.

Plateia formada por estudantes acompanha sessão comunitária promovida pelo Cineclube Cinema de Sala, projeto que deu origem à mostra que circulará por Corumbá, Ladário e Puerto Quijarro.Plateia formada por estudantes acompanha sessão comunitária promovida pelo Cineclube Cinema de Sala, projeto que deu origem à mostra que circulará por Corumbá, Ladário e Puerto Quijarro. - (Foto: Divulgação)

Além das exibições, a programação inclui bate-papos e atividades formativas com os realizadores. Para Diego Cafola, produtor executivo da mostra, o projeto também quer mostrar a importância do cinema feito longe dos grandes centros. “Valorizamos quem vive fora dos eixos. Quem filma com poucos recursos, mas muita potência criativa. Essa mostra é para provocar, para criar encontro, para fazer pensar”, diz.

As obras selecionadas circularão por praças e largos das três cidades. O cinema, neste caso, volta ao seu lugar original: o coletivo. As cadeiras lado a lado, o reflexo da luz nos rostos atentos, as palmas depois dos créditos. Nada de individualismo de tela de celular. A proposta é promover o afeto que só o audiovisual compartilhado pode oferecer.

A iniciativa é realizada com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Governo Federal, através do Ministério da Cultura, com execução local pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS). A proposta é estimular a produção local, criar oportunidades para novos realizadores e reafirmar o audiovisual como ferramenta de identidade, memória e inclusão.

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