
Em agosto de 1985, Michael Jackson comprou os direitos autorais do catálogo dos Beatles por US$ 47,5 milhões (aproximadamente R$ 257 milhões hoje), o que gerou uma mágoa profunda entre ele e Paul McCartney, rompendo uma amizade de longa data.

Para entender a razão da raiva de Paul, é necessário voltar a 1969, quando a Northern Songs, a editora que controlava as músicas de John Lennon e Paul McCartney, foi vendida para a ATV. A transação foi feita sem que os dois artistas tivessem o controle total da negociação, o que deixou Paul e John frustrados.
Nos anos 1980, Paul tentou recuperar o catálogo, e chegou a ligar para Yoko Ono, viúva de Lennon, para tentar um acordo. Porém, o preço havia subido e a oportunidade foi perdida. Então, Michael Jackson entrou em cena. Depois de um período de amizade genuína entre os dois, incluindo a colaboração nas músicas The Girl Is Mine e Say Say Say, Michael pediu conselhos de negócios a Paul, e este sugeriu que ele investisse em direitos autorais, um mercado lucrativo. Michael, então, seguiu o conselho, mas de uma forma inesperada: comprou o catálogo dos Beatles.
Em 14 de agosto de 1985, Michael assinou o cheque de US$ 47,5 milhões, adquirindo os direitos de clássicos como Yesterday e Hey Jude. A amizade entre os dois esfriou depois disso, com Paul sentindo-se traído.
Em 2016, o espólio de Michael Jackson vendeu sua participação no catálogo para a Sony por impressionantes US$ 750 milhões (mais de R$ 4 bilhões). Paul McCartney, que ainda queria recuperar os direitos autorais das canções dos Beatles, entrou com um processo contra a Sony/ATV Music Publishing em 2017, e o caso foi resolvido por meio de um acordo confidencial. Como resultado, McCartney conseguiu finalmente reaver os direitos do icônico catálogo.
