
O ator, escritor e cineasta Lázaro Ramos celebrou, no último sábado (4), o sucesso do lançamento de seus livros infantis em Portugal. A sessão de autógrafos na Livraria da Travessa, em Lisboa, reuniu tantos fãs que precisou ser transferida para a rua.

“A decisão foi fazer os autógrafos na rua, porque é tanta gente que não deu para fazer na livraria. Que coisa linda!”, comemorou o artista, emocionado com a recepção calorosa do público português.
A tarde de autógrafos foi marcada pela presença de leitores de todas as idades e por uma conversa com o autor, que falou sobre suas obras e a importância de ver crianças negras se reconhecendo nos livros. Entre os títulos destacados estavam Caixa Mágica e Sinto o Que Sinto, além de outras publicações voltadas ao público infantil.
Escrever para se ver e ser visto
Durante o encontro, Lázaro compartilhou memórias de infância e explicou como a ausência de personagens com quem se identificasse influenciou sua trajetória como autor.
“Não tinham livros em que o protagonista parecia comigo... Durante muito tempo, achei que minha escrita não tinha valor, que o que eu pensava não importava, então eu escrevia e não mostrava para ninguém”, confessou.
Essa percepção começou a mudar em 2016, quando escreveu Paparutas, sua primeira peça de teatro infantil, durante uma noite de insônia. Em 2021, lançou o primeiro livro, Edith e a Velha Sentada, que marcou sua estreia no universo literário.
Lázaro destacou que sua motivação para escrever vem da convivência com as crianças — fonte de inspiração e criatividade constante em sua vida.
“As crianças são meu motivo de ter começado a escrever, porque sempre convivi com crianças e acho maravilhoso conversar com vocês. Acho a cabeça de vocês incrível. Vocês são criativas, e merecem ver livros que tenham a cara de vocês”, afirmou, dirigindo-se aos pequenos leitores que o acompanhavam no evento.
O lançamento em Lisboa reforça o alcance internacional das obras do artista baiano, que utiliza a literatura como ferramenta de inclusão e fortalecimento da identidade negra desde a infância.
