
Perseguido e censurado por anos no Irã, o cineasta Jafar Panahi, um dos nomes mais importantes do cinema contemporâneo, está no Brasil para a estreia de Foi Apenas um Acidente e para receber o Prêmio Humanidade durante a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O anúncio foi feito neste sábado (25) pelos organizadores do evento.
Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2025, Foi Apenas um Acidente traz uma poderosa reflexão sobre vingança, trauma e perda da humanidade. A trama acompanha Vahid, um mecânico que acredita ter encontrado o homem que o torturou na prisão e decide sequestrá-lo. O som de uma perna protética é sua única pista de identificação, o que o leva a reunir um grupo de ex-prisioneiros para confirmar se o homem é, de fato, o culpado.
O filme provoca o público ao questionar se vale a pena sacrificar a própria humanidade em nome da justiça ou da vingança — uma marca do cinema humanista e político de Panahi.
Panahi, que só pôde deixar o Irã em 2023, será homenageado com o Prêmio Humanidade, concedido pela Mostra por sua trajetória e defesa da liberdade de expressão.
“Por demonstrar como a cultura e a arte são, hoje e sempre, poderes fundamentais de defesa das liberdades, e por expandir os horizontes do audiovisual como linguagem estética, ética e política”, diz a justificativa do prêmio.
O diretor participará pessoalmente das três sessões do longa em São Paulo. A primeira exibição contará ainda com uma conversa entre Panahi e Renata de Almeida, diretora da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Foi Apenas um Acidente chega ao circuito nacional de cinemas em 4 de dezembro de 2025, marcando o retorno triunfal de Jafar Panahi às telas após anos de restrições impostas por seu país.

