
O 11º Festival Internacional de Teatro de Dourados terminou no sábado, dia 27 de setembro, depois de dez dias de apresentações em praças, parques e auditórios. O evento reuniu cerca de 4 mil pessoas e mostrou que o interior de Mato Grosso do Sul tem espaço e público para a cultura.

O show da cantora Letrux, no Parque dos Ipês, encerrou o festival com muita emoção. A artista cantou para uma plateia cheia, que cantou e dançou até o fim. Muita gente ainda ficou na fila para tirar fotos e pegar autógrafos depois do show. Letrux agradeceu pela recepção e disse que foi uma honra se apresentar no estado pela primeira vez.

Na mesma noite, o público também assistiu à apresentação da Orquestra da UFGD, ao espetáculo Encontro de Gigantes, do grupo Ás de Paus (PR), e ao som do DJ Aruan, de Campo Grande. A peça com artistas em pernas de pau encantou crianças e adultos. A menina Maísa Ferreira, de 9 anos, contou que foi sua primeira vez no teatro e que gostou de tudo, principalmente do "gigante".
Além da diversão, o festival também levou reflexão para o público. No dia 20, foi apresentada a peça Tekoha – Ritual de Vida e Morte do Deus Pequeno, do grupo Teatro Imaginário Maracangalha. A história mostra a vida do ativista indígena Marçal de Souza, assassinado em 1983. Na plateia estava Edna de Souza, de 74 anos, filha do líder. Ela disse que se emocionou e que o teatro ajuda a manter viva a memória e a luta do pai.
O FIT também foi lembrado como um espaço de saúde e acolhimento. A psicóloga Alessandra de Jesus levou seis crianças ao festival. Ela disse que eventos como esse ajudam na saúde mental e nas relações entre as pessoas. Como o mês de setembro é dedicado à prevenção ao suicídio, ela achou importante encerrar com teatro, música e orquestra.

Dourados mostrou que pode ser um centro cultural forte. Enquanto a capital Campo Grande aparece com o pior índice de acesso à cultura no Brasil, segundo pesquisa divulgada em agosto, o interior mostra que a arte pode crescer com apoio e participação do público.
O coordenador de Cultura da UFGD, Gil Esper, afirmou que o público respondeu muito bem à programação. Ele disse que pessoas de outras cidades foram a Dourados para assistir aos espetáculos e destacou a volta do festival com força total. A presença do poeta Emanuel Marinho, criador do FIT em 2009, também foi um marco simbólico dessa retomada.
O FIT Dourados foi realizado pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e pelo SESC/MS, com apoio de várias instituições. A edição deste ano fez parte da comemoração dos 20 anos da UFGD e reforçou a importância da cultura como ferramenta de identidade, memória e futuro.
