
Nesta quinta-feira (18 de setembro), o céu de Bonito amanheceu literário. Desde cedo, a Praça da Liberdade passou a ser palco de uma sequência de atividades que misturam palavra, memória, música e imaginação. A programação do dia integra a nona edição da Feira Literária de Bonito (FLIB), que acontece até domingo e agora faz parte oficialmente do Calendário de Eventos do Estado de Mato Grosso do Sul.

Às 8h em ponto, os primeiros grupos de alunos de escolas públicas chegaram para o Circuito Pedagógico, com vivências educativas, espetáculo de mamulengo e o Espaço Energia, uma unidade móvel interativa da Energisa. Enquanto isso, no Pavilhão das Letras, a escritora Keka Reis abriu o Circuito Literário com uma oficina voltada à criação de personagens adolescentes, tema que conhece bem.
Na Praça da Liberdade, outras oficinas se desdobraram em diferentes linguagens. O rapper General R3 usou a rima como ferramenta de transformação social. A artista visual Auriellen Leonel conduziu oficinas de desenho, enquanto o grupo Batucando Histórias fez a ponte entre percussão e literatura infantil. Tudo isso sob o sol do Centro-Oeste e ao som de muitas crianças curiosas e professores atentos.
À tarde, a FLIB se expandiu ainda mais. Henrique Rodrigues, poeta e autor carioca, ministrou a oficina Poesia todo dia, enquanto a quadrinista Marina Duarte propôs um exercício coletivo: criar um jornal escolar em quadrinhos. Ao mesmo tempo, o espetáculo Vida de Mamulengo voltou à praça e oficinas de Libras, contação de histórias e poesia seguiram em paralelo.
Por volta das 15h, começaram os Dedos de Prosa, encontros com escritores. Primeiro, subiram à roda Elias Borges, Carlos Amarilha, Silvio Santana de Souza e Wanderson Fonseca. Depois, às 17h, foi a vez de Febraro de Oliveira, Maria Carol e Idayane Jacques. Entre as conversas, Keka Reis voltou ao centro da cena, desta vez para refletir sobre suas próprias criações em Minhas personagens e eu, mediada por Karina Vicelli.
O momento mais emocionante da quinta-feira veio às 18h, com a homenagem a duas mulheres que transformaram a escrita em legado: Carolina Maria de Jesus e Flora Egídio Thomé. Conduzido por Melly Sena e Eliane Silva, o tributo uniu performance, literatura e emoção.
À noite, a programação se voltou ao Pavilhão das Letras. Gustavo de Castro, professor e ensaísta, falou sobre os desafios de se escrever biografias na palestra Escrever biografias: confrontar alteridades, com mediação da crítica e curadora da FLIB, Maria Adélia Menegazzo. Em seguida, o escritor Henrique Rodrigues encerrou o ciclo de debates com a conversa Quem sou quando falo, mediada por Marcelle Saboya.
No palco principal, a música assumiu o protagonismo. O cantor Celito Espíndola, ícone da música sul-mato-grossense, apresentou o show Pantanal sem fronteiras. Na sequência, Mataguéw trouxe sua mistura de ritmos e identidade sonora para fechar a noite com energia.
A FLIB 2025 continua até o dia 21 de setembro, reunindo nomes da literatura, da música e da educação em uma celebração que, a cada edição, ganha mais força e espaço. E, agora, com status oficial no calendário cultural do estado, o evento reforça seu papel como ponto de encontro entre leitura, arte e comunidade.
