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LEGADO

Empreendedor, Antônio Baiano deixa saudades e um legado para Campo Grande

O empresário faleceu no dia 14 de outubro em um acidente automobilístico na BR-381, próximo a Bela Vista de Minas, no Estado de Minas Gerais

18 outubro 2019 - 18h42Da Redação
A história do empresário Antonio Farias Santos, que faleceu na última segunda-feira (14), guarda relatos de um espírito empreendedor e construções relevantes em Mato Grosso do Sul.
A história do empresário Antonio Farias Santos, que faleceu na última segunda-feira (14), guarda relatos de um espírito empreendedor e construções relevantes em Mato Grosso do Sul. - (Foto: Arquivo Pessoal)

O setor empresarial de Campo Grande (MS) sofreu uma grande perda com o falecimento do empresário Antonio Farias Santos, 65 anos, o “Antonio Baiano”, ocorrido na última segunda-feira (14/10), em um acidente automobilístico na BR-381, próximo a Bela Vista de Minas, no Estado de Minas Gerais. Conhecido pelo espírito empreendedor e construções relevantes em Mato Grosso do Sul, Baiano nasceu em Ibicaraí (BA), em 12 de abril de 1954, e, além de empresário, era médico veterinário e presidiu a Fundação Lowtons de Educação e Cultura (Funlec), sendo membro ativo da Loja Maçônica Raul Sanz de Matos.

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No entanto, um dos maiores feitos do empresário foi a idealização e a construção do Colégio Oswaldo Tognini, localizado no Bairro Chácara Cachoeira, na Capital. Além disso, ele foi um dos idealizadores do empreendimento Terras do Golfe, também em Campo Grande, sendo o primeiro e único local de Mato Grosso do Sul que tem um campo de golfe para os moradores praticarem a modalidade esportiva.

Antonio Farias Santos, o “Antonio Baiano”, com a esposa Roseli Marla Giordano Santos
Antonio Farias Santos, o “Antonio Baiano”, com a esposa Roseli Marla Giordano Santos

Casado com Roseli Marla Giordano Santos, Baiano teve três filhos - Marco Antônio Farias Santos, Gustavo Farias Santos e Filipe Giordano Farias Santos -, que perderam um grande amigo e conselheiro. “O meu pai foi um cara que, desde que me entendo por gente, era muito família. Desde quando éramos crianças, ele fazia questão de levar os três filhos para onde ia e sempre gostava da casa cheia”, recordou Marco Antônio Farias Santos.


Baiano e os baianinhos: na foto de cima, Baiano, Gustavo, Filipe e Marco Antonio. Na foto de baixo: Filipe, Baiano, Gustavo e Marco Antonio

Para ele, o pai sempre teve muitos amigos, sempre levava para dentro de casa todos os conhecidos. “Ele foi um cara que soube viver, sempre procurou fazer o bem, sempre pensou muito na família e nos amigos. Fez muito bem para todos nós, mas também deixou uma boa história de serviço prestado para a comunidade de Campo Grande”, ressaltou.

Antonio Baiano com a esposa Roseli
Antonio Baiano com a esposa Roseli

Marco Antônio acrescenta que o pai era uma pessoa alegre e divertida, tinha uma visão e um raciocínio de empreendedor fora do comum. “Nos últimos anos, ele estava dedicando a vida ao que sempre gostou, que era cuidar da família, dos netos, sempre com a casa cheia, sempre gostou disso, tudo o que sempre fez foi pensando no bem dos outros, às vezes, deixava as suas ambições de lado para priorizar as das outras pessoas”, pontuou.

Ele ressalta que, por isso, Baiano era tão querido em Campo Grande. “Essa lembrança boa que todos têm dele deve ficar para sempre, festeiro, alegre e sorridente, contador de histórias, sempre inventava umas frases novas, vai deixar saudades para todos nós”, lamentou, completando que tinha o pai como mentor e conselheiro. “Sempre antes de começar qualquer negócio na minha vida, buscava os conselhos dele, ia no escritório e falava com ele dizer o que eu queria e ouvia dele o que ele achava. Sempre me ajudou a errar menos, tinha, além da relação pai e filho, uma relação também de amigo e conselheiro”, apontou.

Também filho de Baiano, Gustavo Farias Santos procurou lembrar que o pai tinha conhecimento na íntegra da sua origem, de onde tinha vindo e foi isso que o ajudou a conquistar as pessoas, a trabalhar e a evoluir na vida. “Para mim, ele é um exemplo de caráter, integridade, um bom pai e um bom avô, enfim, uma pessoa exemplar. Um cara que literalmente humano. Foi um vencedor e deixou um legado para a nossa família de como construir uma família rodeada de amor e carinho, sem isso, o ser-humano pode ter o que for, mas sem amor e carinho não terá tido nada. Não somos nada, somos carne, e dessa vida nada se leva”, disse em tom emocionado.

A Família do Baiano: Da esquerda para direita: Michelle, Filipe, Gustavo, Jaqueline, Caroline, Marco Antonio, Roseli e Antonio Baiano. E os netos: Paola, José Neto, Luisa, Isabelle, Pietra, Maitê e Chiara
A Família do Baiano: Da esquerda para direita: Michelle, Filipe, Gustavo, Jaqueline, Caroline, Marco Antonio, Roseli e Antonio Baiano. E os netos: Paola, José Neto, Luisa, Isabelle, Pietra, Maitê e Chiara

Amigos para a vida toda
Nos 65 anos de vida, Antonio Baiano fez amigos para a vida toda e um deles é o médico José Roberto Paquera, o Zé Paquera. “Conheci o baiano há mais de 42 anos, eu calouro de Medicina e ele veterano no curso de Medicina Veterinária. Fui morar em uma república que era no andar de cima da república que ele morava em um predinho na Rua 7 de Setembro com a Rua 13 de Maio. A partir dali, nos tornamos amigos e sempre convivemos juntos. Fui no casamento dele, ele foi no meu e nunca deixamos essa convivência”, recordou.

Zé Paquera lembra que Baiano uma vez comprou uma casa na praia em Santa Catarina e ficou 10 anos com aquele imóvel. “Durante todo esse período, nós alugávamos um imóvel vizinho a ele para passarmos as férias juntos, com as minhas crianças e as crianças dele. Sempre convivemos, eu sou padrinho do filho dele, o Marco Antonio. Essa convivência sempre foi muito agradável, pois ele era uma pessoa de bem com a vida, festeiro. A gente ia para a casa dele e não tinha hora para sair, muitas vezes, depois que ele se mudou para o condomínio Terras do Golfe eu dormia na casa dele, porque as festas varavam a madrugada e ele não deixava ninguém sair”, lembrou.

O médico conta que Baiano era uma pessoa de bem com a vida e fez tudo que gostava. “Adorava pescar, de festar, de viajar e, graças a Deus, ele teve a oportunidade de fazer tudo que gostava. Ele foi uma pessoa que trabalhou muito, era muito inteligente e financeiramente foi bem-sucedido. Sempre teve uma vida que gostava, que era encher a casa de amigos, quando não tinha motivos ele inventava alguma coisa para os amigos irem para lá, de bem cm a vida, por isso tinha tantos amigos, na maçonaria e fora da maçonaria, vamos sentir muita falta dele”, afirmou.

Outro amigo querido de Baiano era José Eduardo Rolim Júnior, que passou as férias com ele antes do fatídico acidente automobilístico. “Esses últimos dias nós passamos uma semana lá no Prado, terra dele lá na Bahia, foram dias muito agradáveis, ele estava muito alegre, muito bem. O Baiano sempre foi um cara muito gentil com todo mundo, um bom pai de família, um bom amigo, uma pessoa exemplar, sempre querendo resolver o problema de todo mundo. Foi uma fatalidade, pois ele sempre foi muito disciplinado, correto com seus negócios, um acadêmico, que procurou aprender, melhorar, bons ensinamentos para os irmãos, amigos e para os filhos”, afirmou.

Ele completa que Baiano é uma pessoa que vai fazer muita falta para todos. “Conhecia ele há mais de 30 anos, convivo dentro da sua família e não tem nada, não tem uma reclamação para fazer do Baiano. Ele só tinha qualidades e, caso tivesse algum defeito, as qualidades não deixavam transparecer. Então, foi uma pena, sinto profundamente, mas a despedida dele foi conosco lá na Bahia. Os dias que passamos lá ele foi um cavalheiro, fez o possível para nos sentirmos em casa”, garantiu.

José Eduardo Rolim reforça que Baiano era um homem empreendedor e o seu trabalho sempre foi muito reconhecido. “Tudo que ele pegava para fazer, ele terminava e sempre com sucesso. Até nos ajudou muito em todos os nossos negócios, sempre orientando. Ele era uma pessoa que gostava de falar com todo mundo, entrar nas negociações, articular, fazia bons negócios, bons trabalhos. É uma pena e perda irreparável, cansei de me consultar com ele em vários negócios, sempre foi muito feliz nas suas colocações, sempre acreditou que fazia e tinha muita sabedoria e experiência de vida. Ele era humilde, se fez na vida e é admirado por todos. Perdi um irmão. Conheço toda a vida dele, não tem nada que desabone. Ele era inovador, muito corajoso nos negócios, sentimos muito. Ainda está difícil não pensar nele”, finalizou.

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