
A sala número 8 do Cinemark, em Campo Grande, foi palco de uma noite memorável. Com lista de convidados de Viviane Feitosa, Mulheres da Fronteira – Uma Comitiva de Sabores pelo Pantanal teve sua grande estreia e emocionou o público em duas sessões exclusivas nesta quarta-feira, dia 10. Exibido na grande tela, o filme surpreendeu pela sensibilidade e força das histórias apresentadas.
Criança interage com totem de uma das protagonistas de Mulheres da Fronteira no hall do Cinemark, em Campo Grande. - (Foto: Higor Maranho) A produção conta a trajetória de sete mulheres que representam a gastronomia do Pantanal e promete deixar um legado de valorização do protagonismo feminino, além de representar um marco cultural para Mato Grosso do Sul.
Uma das protagonistas, Tainá Elias Lopes, chef do restaurante Comitiva do Helinho, em Campo Grande, deixou a sessão visivelmente emocionada. “Foi uma emoção muito grande assistir ao filme na sala de cinema, caiu a ficha de verdade, eu já tinha assistido na pré-estreia, mas aqui foi diferente, uma emoção única”, afirmou.
A sensação de orgulho também marcou a experiência da campo-grandense Jadi Tamasiro, responsável por uma das barracas mais tradicionais da Feirona, na capital, a Barraca da Jade. Sua história, recheada de tradições, receitas e desafios, ganha destaque no documentário. “Me ver ali, junto com aquelas mulheres é muito emocionante, é um orgulho para mim”, contou.
Os diretores Paulo Machado e Bruno Loiácono receberam o público e apresentaram a obra, que agora está disponível gratuitamente no canal oficial do filme no YouTube. A produção percorreu diferentes regiões do Estado para narrar a história de sete mulheres que ajudaram a construir e preservar o legado gastronômico de Mato Grosso do Sul.
Público interage com os totens das protagonistas antes da exibição do documentário Mulheres da Fronteira. - (Foto: Higor Maranho)O diretor geral, Paulo Machado, explicou que a escolha das protagonistas não seguiu critérios formais, mas surgiu de encontros ao longo de sua própria trajetória. Segundo ele, cada mulher chegou ao filme de maneira natural, por meio de vivências, afetos e histórias compartilhadas na cozinha pantaneira. Ele destacou que todas fizeram parte de momentos decisivos de sua vida pessoal e profissional, o que tornou indispensável registrar essas narrativas.
Para o diretor técnico, Bruno Loiácono, Mulheres da Fronteira vai além de um registro histórico. Ele define o filme como uma apresentação sensível do Pantanal para o mundo, uma homenagem às mulheres que constroem a história do Estado. Ouvir essas protagonistas, afirmou, foi um privilégio para toda a equipe.
Sala cheia durante a sessão especial de estreia do documentário Mulheres da Fronteira, em Campo Grande. - (Foto: Higor Maranho) Logo nos primeiros minutos, o público percebe a força emocional que conduz os 90 minutos de documentário. A narrativa é embalada por trilhas autorais compostas por Rodrigo Faleiros especialmente para o filme, enquanto cada protagonista revela sua relação com a terra, com a cozinha e com suas próprias memórias.
Sobre o documentário
Mulheres da Fronteira – Uma Comitiva de Sabores pelo Pantanal é uma travessia cinematográfica pelas cozinhas que moldam identidades, preservam memórias e alimentam territórios. Com 90 minutos de duração, o documentário ilumina as guardiãs da gastronomia pantaneira e revela que o sabor do Pantanal tem voz, rosto, raízes e uma história essencialmente feminina.
As gravações duraram dois meses e passaram por Campo Grande, Miranda, Aquidauana e Corumbá, regiões que expressam a essência do Pantanal brasileiro. O processo completo, da concepção à finalização, levou cerca de nove meses. As entrevistas foram registradas no ateliê múltiplo da artista visual Lúcia Martins Coelho, em Campo Grande, um espaço permeado por arte, sensibilidade e identidade.
As protagonistas representam a potência da cozinha pantaneira e suas muitas fronteiras, sejam elas geográficas, culturais, étnicas, artísticas ou afetivas.Integram o filme: Dona Domingas Torales, cozinheira de tradição; Maria Adelaide de Paula Noronha, fundadora do Buffet Yotedy; Cristina da Rocha, pioneira do turismo gastronômico em Miranda e proprietária da Pousada Pioneiro; Lídia Aguilar Leite, turismóloga, chef e proprietária do Recanto Vale do Sol Turismo Rural, em Corumbá; Tainá Elias Lopes, chef do restaurante Comitiva do Helinho, em Campo Grande; Kalymaracaya, primeira chef indígena do Brasil, da etnia Terena; e Jadi Tamasiro, proprietária do emblemático Jadi Sobá da Feira Central de Campo Grande.

