
Em 2025, completam-se 80 anos da morte de Anne Frank, e para marcar a data, o Diário de Anne Frank, um dos testemunhos mais significativos do Holocausto, será lançado em uma edição especial. O livro chega às livrarias em setembro, com capa dura, um novo projeto gráfico e conteúdos inéditos, pela Via Leitura, selo do Grupo Editorial Edipro.

O diário de Anne Frank, escrito durante sua vida no esconderijo durante a ocupação nazista, foi publicado pela primeira vez na Holanda em 1947. Sua obra continua a ser uma das mais impactantes sobre os horrores da Segunda Guerra Mundial. A nova versão, com o texto integral da versão B do diário — a reescrita feita pela própria autora — traz também uma galeria de fotos que ajuda a contextualizar a história da jovem e de sua família.
A edição também busca conectar o público jovem à história de Anne, com um projeto gráfico que inclui desenhos e anotações, características típicas de um diário, tornando a leitura mais sensível e imersiva. O objetivo é garantir que as próximas gerações nunca esqueçam as atrocidades da guerra.

Anne Frank nasceu em Frankfurt, Alemanha, em 1929, e, com o avanço do antissemitismo e a ascensão de Hitler, sua família se refugiou na Holanda. Durante a ocupação, eles se esconderam em um anexo, hoje conhecido como Casa de Anne Frank, em Amsterdã, um museu visitado por milhões de pessoas.
O diário de Anne começa em 12 de junho de 1942, quando ela completou 13 anos e ganhou o caderno de presente de seu pai, Otto. Ao longo das páginas, Anne compartilhou não apenas suas angústias de adolescente, mas também a dura realidade da vida no esconderijo. Em 1944, após dois anos, a família foi descoberta e enviada para campos de concentração. Enquanto seus pais foram para Auschwitz, Anne e sua irmã Margot foram deportadas para o campo de Bergen-Belsen, onde morreram em 1945.
Apenas Otto sobreviveu e, após a guerra, recebeu os diários de Anne de volta, graças às secretárias que trabalhavam no local onde a família se escondeu. Otto organizou os escritos da filha, excluindo partes que, acreditava ele, não deveriam ser publicadas, como críticas à sua esposa, Edith.
Desde 1978, o livro é publicado no Brasil pela Record, mas a questão do domínio público do diário tem gerado debate. A entrada no domínio público depende de um período de 70 anos após a morte do autor, o que gerou discussões após 2015. A Fundação Anne Frank, que detém os direitos autorais, considera Otto Frank o responsável pelo livro, devido ao seu trabalho de organização dos escritos. Por conta disso, a edição especial da Via Leitura utilizará o texto original de Anne, em vez da versão editada por seu pai. A versão editada de O Diário de Anne Frank só entrará em domínio público em 2051.
