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21 de outubro de 2025 - 13h05
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CRIME NOS EUA

'A vizinha perfeita': documentário da Netflix expõe assassinato com viés racista

Produção retrata caso real ocorrido na Flórida em 2023, que reacende debate sobre leis de defesa pessoal nos EUA

21 outubro 2025 - 10h20Redação
Conheça a história por trás de 'A Vizinha Perfeita', na Netflix
Conheça a história por trás de 'A Vizinha Perfeita', na Netflix - (Foto: Reprodução)
Terça da Carne

Estreou na última sexta-feira (17) o documentário A vizinha perfeita, nova produção policial da Netflix que vem repercutindo nas redes por mostrar, com imagens reais, um caso de violência racial ocorrido em junho de 2023, na cidade de Ocala, Flórida (EUA).

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O filme utiliza uma linguagem direta e visualmente intensa, com registros de câmeras de segurança, áudios de chamadas de emergência e gravações policiais para reconstruir o dia em que Ajike Owens, uma mulher negra de 35 anos e mãe de quatro filhos, foi morta ao bater à porta da vizinha após um episódio de agressão contra um de seus filhos.

O conflito que culminou no assassinato de Owens começou quando seu filho foi agredido com patins arremessados por Susan Lorincz, vizinha de 58 anos, que já era conhecida na vizinhança por comportamento hostil, inclusive com histórico de ameaças e xingamentos racistas contra crianças da região.

Ao saber da agressão, Owens foi até a casa de Lorincz pedir explicações. Ela teria batido na porta da vizinha, que, sem abrir, disparou um único tiro que atingiu diretamente o peito de Owens, matando-a na hora. A polícia já havia sido acionada antes do disparo.

O caso chocou o país e reacendeu o debate sobre a controversa lei “Stand your Ground”, em vigor em diversos estados norte-americanos, que permite o uso de força letal em situações de suposta ameaça, mesmo que o agressor esteja fora de casa. A defesa de Lorincz tentou sustentar que ela agiu em legítima defesa, mas a alegação foi descartada pelo tribunal, já que não houve invasão da residência.

Lorincz era inquilina em uma casa no bairro onde ocorreu o crime. Vizinhos relataram que ela frequentemente filmava crianças, gritava insultos e exibia armas de fogo como forma de intimidação. Também havia registrado diversas queixas policiais sobre supostos incômodos causados pelas famílias da vizinhança.

Após o crime, Lorincz foi presa e, em julgamento, condenada a 25 anos de prisão pelos crimes de homicídio culposo com uso de arma de fogo, agressão e negligência. A família de Owens, no entanto, contestou a decisão, por considerar que o caso deveria ter sido enquadrado como homicídio doloso, dada a intenção evidenciada nas atitudes prévias da acusada.

A vizinha perfeita tem direção de Geeta Gandbhir, conhecida por obras que abordam justiça racial e violência estrutural nos EUA. O documentário não apenas reconstrói os eventos com precisão, mas também traz à tona o impacto do racismo cotidiano e a vulnerabilidade enfrentada por mulheres negras em contextos sociais marcados por desigualdades históricas.

Com menos de uma semana no ar, a produção já vem ganhando destaque entre os mais assistidos da Netflix, especialmente por seu tom crítico e sua abordagem sensível, que dá voz à vítima e à sua família.

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