
O dançarino e coreógrafo Carlinhos de Jesus, de 72 anos, comentou sobre sua recuperação após ser diagnosticado com uma doença autoimune que afetou parte dos seus movimentos, obrigando-o a usar cadeira de rodas e muletas. Em entrevista ao Fantástico no domingo, 31, ele falou sobre os desafios enfrentados e a relação com a dança.

“Essa eu também vou quebrar. É só olhar lá para trás e ver o que já passei. E estou aqui”, afirmou. Ele descreveu a dança como uma forma de resistência: “Foi a dança que me salvou, porque todas as grandes perdas que tive na vida, a dança é o meu espelho, o meu divã. Agora, não tenho esse divã”, disse.
Carlinhos explicou que o processo mudou a forma como interage com a dança. “Agora tem que coordenar a mão com o pé e a cabeça. Antes era só a perna”, contou. Ele ainda revelou que se imagina dançando, tanto com cadeira de rodas quanto sem.
Em um papo com o #Fantástico, o bailarino e coreógrafo, Carlinhos de Jesus contou detalhes sobre o início da sua doença que limitou o movimento das pernas. pic.twitter.com/b4gO4mJ0sF
— TV Globo (@tvglobo) September 1, 2025
O dançarino recordou que começou a perceber perda de força na perna direita há cerca de três anos, mas em junho a dor se intensificou. “Estava em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, comecei a sentir uma dor que não conseguia colocar o pé no chão. Eu não conseguia andar”, relatou. Ao voltar ao Rio de Janeiro, precisou ser internado devido à intensidade da dor, precisando inclusive de morfina para dormir.
Além da doença autoimune que afeta o sistema nervoso, Carlinhos foi diagnosticado com inflamação nos quadris e tendinite nos glúteos. Ele segue tratamento com imunoterapia, musculação, exercícios funcionais e fisioterapia. “É um tempo de paciência, resiliência, calma. Para que eu possa caminhar”, afirmou. Ele também recordou perdas pessoais, incluindo o assassinato do filho, Carlos Eduardo, em 2011.
Carlinhos emocionou-se ao falar sobre sua participação no Festival de Dança de Joinville, em Santa Catarina, dançando em uma cadeira de rodas. “A comissão do festival quer o Carlinhos de Jesus aqui do jeito que ele estiver. Ele só não vem se ele não quiser, mas o festival quer ele aqui, porque ele é uma autoridade. A presença dele é importante no festival”, disse, acrescentando que começou a planejar a coreografia adaptada.
