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11 de novembro de 2025 - 16h52
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CULTURA DIGITAL

Brasileiros preferem consumir cultura online por custo e segurança, diz pesquisa

Estudo da Fundação Itaú mostra que 90% da população realizou atividades culturais digitais no último ano, como ouvir música e assistir a filmes em streaming

11 novembro 2025 - 14h55Leonardo Neto
Pesquisa da Fundação Itaú aponta que o brasileiro tem preferido consumir cultura pela internet, motivado por custo, segurança e comodidade.
Pesquisa da Fundação Itaú aponta que o brasileiro tem preferido consumir cultura pela internet, motivado por custo, segurança e comodidade. - Foto: Freepik
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O brasileiro tem optado cada vez mais por consumir cultura sem sair de casa. É o que revela a nova edição da pesquisa Hábitos Culturais, divulgada nesta terça-feira (11) pelo Observatório da Fundação Itaú.

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Nos últimos 12 meses, 90% dos entrevistados afirmaram ter participado de alguma atividade cultural online — um índice superior aos 84% que frequentaram atividades presenciais.

As práticas digitais mais populares foram ouvir música (85%), assistir a filmes (74%) e séries (70%) em plataformas de streaming, além de ouvir podcasts (54%).

Custo e medo afastam público dos espaços culturais - Os motivos mais citados para o afastamento das atividades presenciais são o custo financeiro e o medo da violência. Segundo o levantamento, 30% da população entre 16 e 65 anos evita ir a eventos ao ar livre, shows, festas populares ou até ao cinema por questões de segurança e preço.

O valor dos ingressos (22%) e o gasto com transporte (19%) foram os fatores econômicos mais apontados. As mulheres sentem mais o peso do orçamento (36%) do que os homens (33%).

Em relação à segurança, o receio de assaltos e furtos foi citado por 47% dos entrevistados, seguido pela falta de policiamento (42%). Entre as mulheres, 28% relataram preocupação com assédio ou violência de gênero nos espaços culturais — contra 21% no total da amostra.

Essas preocupações são mais comuns em cidades grandes, onde 49% citam insegurança e 43% mencionam o custo financeiro como barreira.

Entre os que consomem cultura pela internet, 45% disseram preferir o digital pela comodidade e 34% pela segurança — um aumento de nove pontos percentuais em relação a 2024.

O estudo também revelou o ranking das atividades culturais mais praticadas no último ano, com quatro das cinco principais sendo digitais:

Ouvir música online (85%)

Assistir a filmes em streaming (74%)

Assistir a séries (70%)

Participar de eventos ao ar livre (61%)

Ouvir podcasts (54%)

Entre os serviços de streaming, a Netflix lidera com 64% de preferência, seguida de YouTube Premium (33%), Globoplay (25%) e Prime Video (23%).

Desigualdade cultural ainda persiste - Mesmo com o avanço do consumo digital, a pesquisa mostra diferenças por classe social, raça e escolaridade.

O consumo cultural presencial chega a 96% entre pessoas com ensino superior, mas cai para 70% entre quem tem apenas o ensino fundamental.
Na classe A/B, 93% participam de atividades culturais, contra 71% na classe D/E.

Pessoas brancas também apresentam maior acesso ao cinema (80%), teatro (64%) e museus (64%) em comparação com pessoas negras (69%, 51% e 48%).

A 6ª edição da pesquisa Hábitos Culturais foi realizada pelo Observatório Fundação Itaú, com apoio técnico do Datafolha. Foram entrevistadas 2.432 pessoas de 16 a 65 anos em todas as regiões do país, entre 11 e 26 de agosto.

As entrevistas foram presenciais em locais de grande circulação. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.

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