
No próximo dia 23 de outubro, às 19h30, o auditório da Academia SulMatoGrossense de Letras (ASL) vai pulsar com a voz dos escritores do Estado. É quando serão homenageados os autores dos dez melhores contos do concurso “Ulysses Serra” — uma celebração da escrita que, como livro bem encadernado, guarda surpresas entre páginas simples e profundas.

O concurso, promovido pela ASL com apoio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, convidou escritores de todas as regiões do Estado a submeter contos gratuitamente. O objetivo é simples: valorizar quem escreve, espalhar vozes e mostrar que o Mato Grosso do Sul também pensa em prosa, imaginação e sentimento.
Os três primeiros lugares foram conquistados por moradores de Campo Grande:
- Jornada, de Karl Frederick Alecksander Phillip de Figueiredo Rocha — 1º lugar
- A farpa entre os dentes, de Thaís Gomes de Miranda dos Santos — 2º lugar
- Cabeça molhada, de André Luiz Pereira Alves — 3º lugar
Cada um desses contos será lido e interpretado por acadêmicos durante o evento, tornando a literatura não algo distante, mas presente, com voz, ritmo, tom.
Outros sete textos também mereceram reconhecimento e receberão diploma de menção honrosa. Entre eles, 23 de junho, de João Gabriel de Assis Benitez, de Corumbá — mostrando que a literatura atravessa rios, estradas e fronteiras internas. Seguem ainda Fragmento, O avô, Chupim, As moscas, O argentino e A comitiva perdida — títulos que soam como pistas para universos particulares.
Henrique de Medeiros, presidente da ASL, disse que ficou impressionado com a participação de pessoas de locais distantes do Estado. “Isso confirma que temos novos talentos além da capital”, afirmou. Ele ressaltou que o concurso homenageia Ulysses Serra, um autor de Corumbá que ajudou a fundar a ASL, como forma de manter viva a memória literária regional.
Nesse turbilhão de estilos — realismo, memória, fragmento — cada conto carrega uma centelha: personagens que respiram os trópicos, belezas do cerrado, conflitos íntimos. Há quem olhe para o caatinga moral, para a secura de uma tarde ou para o silêncio entre duas casas. E há quem, com poucas palavras, deixe um eco.
Este concurso é mais que uma disputa literária. É um mapa afetivo do Mato Grosso do Sul por quem vive nele — quem planta sonho, lê o tempo e ouve o vento das letras. Em 23 de outubro, essas vozes terão palco, e quem ouvir encontrará nas linhas algo de si, algo do Estado.
