
Mais um brasileiro entra na corrida pelo Oscar 2026. O curta-metragem Amarela, dirigido por André Hayato Saito, foi pré-indicado na categoria Melhor Curta-Metragem Live-Action, conforme anúncio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas nesta terça-feira (16). Com isso, o Brasil soma três produções na shortlist deste ano, ao lado de O Agente Secreto e Apocalipse nos Trópicos.
Ambientado durante a final da Copa do Mundo de 1998, o filme acompanha Erika Oguihara, adolescente nipo-brasileira que enfrenta o conflito entre a cultura japonesa de sua família e o desejo de se afirmar como brasileira. Enquanto torce para a seleção no jogo contra a França, Erika acaba vivendo uma experiência traumática, marcada por um episódio de violência.
Amarela já havia chamado atenção em maio, ao se tornar o único representante da América Latina na disputa pela Palma de Ouro de curta-metragem no Festival de Cannes. Apesar de não vencer, a presença em um dos festivais mais importantes do mundo reforçou o impacto do filme.
Dirigido por Saito e estrelado por Melissa Uehara, o curta tem produção da MyMama Entertainment e é parte de uma trilogia que explora a vivência da comunidade asiática no Brasil. Os outros títulos são Kokoro to Kokoro – De Coração a Coração (2022) e Vento Dourado (2023). Agora, o cineasta prepara seu primeiro longa-metragem, Crisântemo Amarelo, ambientado no mesmo universo de Amarela.
Em entrevista ao Estadão, o diretor destacou o papel do filme na representatividade de brasileiros com ascendência asiática:
“É muito comum que a gente se sinta desautorizado ou sem espaço para se afirmar brasileiro e se sentir pertencente. Este reconhecimento pode nos tocar em níveis muito profundos.”
A lista final dos indicados ao Oscar será divulgada no dia 22 de janeiro, e a cerimônia acontece em 15 de março, em Los Angeles.


