
O programa Jimmy Kimmel Live! retorna ao ar nesta terça-feira (23), mas não será exibido em parte significativa da rede ABC nos Estados Unidos. A Sinclair Broadcast Group, empresa que controla 38 afiliadas da ABC, anunciou que suspenderá a exibição da atração em todas as suas emissoras locais, substituindo-a por programação jornalística.

A decisão da Sinclair surge após a Walt Disney Company, dona da ABC, confirmar que retomaria a exibição do programa, suspenso desde a semana passada em razão de uma fala do apresentador sobre o assassinato do influenciador conservador Charlie Kirk.
Em publicação feita nesta segunda-feira (22) no X (antigo Twitter), a Sinclair informou que “interromperá a exibição do Jimmy Kimmel Live!” a partir desta terça-feira. A empresa destacou que negocia com a ABC sobre o possível retorno futuro do programa, sem previsão de reversão imediata da medida.
O que levou à suspensão de Jimmy Kimmel?
A crise teve início no dia 15 de setembro, quando Jimmy Kimmel, conhecido por suas críticas ao ex-presidente Donald Trump, comentou em seu monólogo sobre o assassinato de Charlie Kirk, ativista conservador ligado ao movimento MAGA (Make America Great Again).
Durante o programa, Kimmel afirmou:
“Atingimos um novo fundo do poço no fim de semana, com a gangue do MAGA tentando desesperadamente caracterizar esse garoto que assassinou Charlie Kirk como qualquer coisa além de um deles, e fazendo tudo o que podem para tirar proveito político disso.”
A fala rapidamente gerou forte reação entre apoiadores de Trump, políticos republicanos e afiliadas locais da ABC, com diversas ameaçando deixar de exibir o programa.
Em resposta à pressão, a ABC suspendeu temporariamente a atração no dia 17 de setembro, alegando que avaliaria a situação. No entanto, após discussões internas, a emissora decidiu retomar o programa nesta terça-feira (23).
A posição da Disney e o retorno do programa
Em comunicado divulgado pela Disney, o grupo explicou que a decisão de retomar o Jimmy Kimmel Live! veio após conversas com o apresentador: “Passamos os últimos dias conversando com Jimmy e, após essas conversas, tomamos a decisão de retornar o programa na terça-feira.”
Ainda assim, a resistência das afiliadas da Sinclair mostra que o retorno do programa pode não ser uniforme em todo o território norte-americano. A empresa, uma das maiores operadoras de emissoras locais nos Estados Unidos, reafirmou que seguirá com a suspensão até novo posicionamento.
Esta não é a primeira vez que o comediante se envolve em polêmicas relacionadas à política norte-americana. Kimmel tem histórico de posicionamentos progressistas e críticas abertas ao trumpismo, o que constantemente atrai atenção — e reações — da ala conservadora.
O caso reacende o debate sobre limites da liberdade de expressão na TV aberta, especialmente quando os conteúdos são transmitidos por afiliadas com autonomia editorial em diversos estados norte-americanos, muitos deles com forte presença conservadora.
