
Em entrevista nesta terça-feira (12) ao Giro Estadual de Notícias do Grupo Feitosa de Comunicação, a coordenadora de imunização da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Ana Paula Goldfinger, falou sobre o impacto da ampliação da vacinação contra a Covid-19 em Mato Grosso do Sul. O destaque ficou por conta da imunização que será anual a partir do ano que vem.

"A partir do próximo ano, teremos uma vacinação anual contra a Covid-19. Isso será especialmente para grupos de alta vulnerabilidade, os mesmos incluídos na vacinação contra influenza, a menos que haja detecção de uma variante de rápida disseminação e transmissibilidade. Nesse caso, o Ministério da Saúde pode reduzir esse intervalo para três meses, que é o intervalo atualmente usado, como no caso recente do Ceará, onde surgiu uma situação que exigiu essa recomendação específica", explica
Após ordens do Ministério da Saúde, o Estado foi orientado a administrar doses de reforço da vacina bivalente como resposta a um surto no Ceará. Essa ação reflete uma estratégia adaptativa às mudanças na situação epidemiológica, tanto local quanto nacional.
"É vital destacar que as orientações para a dose de reforço são baseadas na situação epidemiológica, tanto local quanto nos outros estados do País. Preventivamente, o Ministério da Saúde aconselha a dose de reforço com a vacina bivalente para pessoas com 60 anos ou mais, e para indivíduos imunocomprometidos acima de 12 anos, que tenham completado o esquema vacinal há mais de seis meses", detalha.
Ana Paula Goldfinger concedeu entrevista ao Giro Estadual de Notícias
Boletim epidemiológico divulgado hoje (12), revela que um bebê de apenas dois meses é uma das recentes mortes pela doença no Estado. O último relatório semanal sobre a Covid-19 em MS indica um acréscimo de 439 casos e quatro mortes, elevando o total para 621.552 casos confirmados e 11.161 óbitos desde o começo da pandemia.
Dourados aparece no topo da lista semanal com 67 novos casos, seguido por Campo Grande com 38, e Coronel Sapucaia com 32. Além destes, Amambai, Três Lagoas, Rio Brilhante, Jardim, São Gabriel do Oeste, Maracaju e Ponta Porã completam as dez cidades com mais registros de Covid-19 na semana.
Goldfinger destacou a boa adesão dos grupos de alta vulnerabilidade, como idosos, mas expressou preocupação com a baixa participação de jovens, crianças e pais. Ela enfatizou a necessidade de atualização constante da vacinação, seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde.
"Em relação ao grupo de alta vulnerabilidade, como os idosos, nossa taxa de procura é satisfatória e considerada boa. Acreditamos que essas pessoas, devido ao contato familiar, têm consciência de sua vulnerabilidade. No entanto, enfrentamos um déficit e baixa adesão entre os jovens e as crianças, assim como entre os pais dessas crianças. Por isso, incentivamos que eles procurem as unidades de saúde para receberem a dose", salienta.
A entrevista também abordou a desinformação prevalente entre a população, especialmente aquela relacionada à durabilidade da imunidade conferida pela vacina. Muitos, que receberam suas doses iniciais há quase três anos, ainda acreditam estar suficientemente protegidos, ignorando a necessidade de doses de reforço.
"Não, a imunidade adquirida pela vacina diminui com o tempo. Por isso, é necessário seguir as recomendações do Ministério da Saúde para atualizar a vacinação de acordo com cada faixa etária", reforça.
A logística de distribuição de vacinas em Mato Grosso do Sul foi outro tema abordado. Goldfinger explicou o sistema de estoque e distribuição, ressaltando a importância da colaboração entre o estado e os municípios.
"De fato, mantemos um estoque de vacinas na rede de frio em Campo Grande, que serve tanto para campanhas quanto para vacinação de rotina. Realizamos entregas mensais aos municípios, mas em casos excepcionais, eles também podem retirar diretamente conosco. Como Campo Grande é um centro hospitalar de referência, e suas equipes estão aqui todos os dias, a retirada pode ser feita conforme a necessidade. Normalmente, o Estado é responsável pela entrega das vacinas aos municípios, e estes, por sua vez, realizam a logística interna para distribuí-las às unidades de saúde", explica. A entrevista completa pode ser acessada no player abaixo:
