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SAÚDE

Vacina brasileira contra Covid entra na fase final de testes e pode ser distribuída pelo SUS

Desenvolvida pela UFMG, SpiN-TEC mostrou eficácia contra variantes e tem menos efeitos colaterais que imunizantes importados

9 outubro 2025 - 09h35
Vacina SpiN-TEC foi criada por pesquisadores da UFMG e já passou pelas fases iniciais de testes com bons resultados
Vacina SpiN-TEC foi criada por pesquisadores da UFMG e já passou pelas fases iniciais de testes com bons resultados - (Foto: Virginia Muniz/CTVacinas)

Caminho da autonomia em saúde pública pode estar mais próximo com a vacina SpiN-TEC, desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O imunizante contra a covid-19 entrou na fase final de testes e, se aprovado pela Anvisa, pode ser oferecido gratuitamente pelo SUS até o início de 2027.

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A pesquisa é coordenada pelo Centro de Tecnologia de Vacinas (CT-Vacinas) da UFMG, em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed). O projeto recebeu R$ 140 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, com recursos do FNDCT e apoio da Finep.

Segundo o pesquisador Ricardo Gazzinelli, coordenador do CT-Vacinas, os testes iniciais mostraram que a SpiN-TEC provoca menos efeitos colaterais do que a vacina da Pfizer, usada como base para comparação. Além disso, o imunizante apresentou uma resposta imune consistente.

“A vacina induziu uma boa resposta imune e mostrou perfil seguro, com menos reações adversas do que o imunizante da Pfizer”, afirmou Gazzinelli.

O diferencial da SpiN-TEC está na sua atuação sobre a imunidade celular. Isso significa que o corpo consegue eliminar células já infectadas, o que aumenta a eficácia mesmo diante de novas variantes do vírus. Essa vantagem foi comprovada em testes com animais e também nos primeiros resultados com humanos.

A fase 1 envolveu 36 voluntários, enquanto a fase 2 contou com 320 participantes. Agora, os cientistas aguardam o sinal verde da Anvisa para iniciar a fase 3, com 5.300 voluntários de todas as regiões do Brasil.

Primeira vacina nacional com tecnologia própria - Para Gazzinelli, o avanço representa um marco para o país. “É a primeira vez que uma vacina desenvolvida totalmente dentro de uma universidade brasileira chega tão longe nos testes clínicos”, disse.

Ele também acredita que a experiência abre caminho para a criação de novos imunizantes e maior independência na produção de medicamentos. “Esse processo fortalece a ciência nacional e nos prepara melhor para futuras emergências sanitárias”, acrescentou.

O CT-Vacinas foi criado em 2016 e reúne cerca de 120 profissionais entre pesquisadores, estudantes e técnicos. Além da vacina contra a covid-19, o centro desenvolve estudos para imunizantes contra doenças como malária, leishmaniose, doença de Chagas e monkeypox.

A pandemia também trouxe lições importantes. “Mostrou o quanto somos dependentes do exterior. Com a SpiN-TEC, aprendemos a navegar por todas as etapas regulatórias até a Anvisa. Isso é soberania científica”, avaliou o coordenador.

Com a aprovação final, a vacina será distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), marcando um passo histórico na produção de imunizantes feitos no Brasil.

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