
Nova variante do coronavírus, identificada como XFG ou “Stratus”, foi confirmada no Brasil com oito casos registrados até o momento. O Ministério da Saúde informou que os diagnósticos ocorreram entre maio e junho, sendo seis no Ceará e dois em São Paulo. Nenhuma morte foi associada à cepa até agora.

Com rápida disseminação no Sudeste Asiático e presença já confirmada em 38 países, a XFG foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “variante sob monitoramento” — a categoria menos preocupante entre as usadas pela entidade.
Entre 26 de maio e 1º de junho, a nova variante representou 22,7% das amostras analisadas no mundo, segundo a OMS. Quatro semanas antes, esse índice era de 7,4%. No Sudeste Asiático, a presença da XFG saltou de 17,3% para 68,7% no mesmo período. Na Índia, ela já é a linhagem dominante.
Até 22 de junho, 1.648 casos haviam sido confirmados em nível global.
A XFG é uma recombinação de duas variantes da linhagem Ômicron: LF.7 e LP.8.1.2. A amostra mais antiga foi identificada em 27 de janeiro de 2025. A cepa apresenta mutações específicas na proteína Spike — estrutura usada pelo vírus para penetrar nas células humanas — que podem facilitar a evasão parcial do sistema imunológico.
Segundo a OMS, essas alterações tornam a XFG levemente mais resistente do que algumas variantes anteriores, como a LP.8.1, mas ainda não há dados que indiquem maior gravidade clínica.
Sintomas e diferenças relatadas - Os sintomas associados à nova cepa são semelhantes aos das outras variantes da covid-19, como febre, tosse, dor no corpo e cansaço. No entanto, alguns sinais gastrointestinais, como dor abdominal e diarreia, têm se mostrado mais frequentes em pacientes infectados pela XFG. Rouquidão também tem sido relatada em alguns casos.
De acordo com o infectologista Renato Grinbaum, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, não há motivo para alarme. “Apesar das mutações, não há indícios de que essa variante cause quadros mais graves”, explica. “O alerta serve para acompanhar o comportamento do vírus, especialmente entre profissionais de saúde.”
O médico destaca que, embora países com registros da variante apresentem aumento nos casos e internações, não se trata de uma nova pandemia. “A população não precisa se assustar. O cenário é de vigilância, não de pânico”, reforça.
Segundo a OMS, os imunizantes atuais continuam protegendo contra formas graves da covid-19, mesmo com o surgimento da XFG. O Ministério da Saúde já distribuiu mais de 14,2 milhões de doses em 2025.
Desde 2024, a vacina faz parte do calendário nacional de imunização para grupos prioritários, como gestantes, idosos e crianças, e está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de todo o país.
