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VACINA

MS participa de estudo com vacina de tuberculose sobre prevenção da Covid-19 no Brasil

Dois mil profissionais de saúde da Capital poderão participar da pesquisa

12 setembro 2020 - 13h40
Mato Grosso do Sul participa em outubro de um estudo realizado pela Fiocruz e o Instituto de Pesquisa Infantil Murdoch, da Austrália, referente a vacina BCG, usada para prevenir a tubtuberculose
Mato Grosso do Sul participa em outubro de um estudo realizado pela Fiocruz e o Instituto de Pesquisa Infantil Murdoch, da Austrália, referente a vacina BCG, usada para prevenir a tubtuberculose - (Foto: Agência Brasil)
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Mato Grosso do Sul participa em outubro de um estudo realizado pela Fiocruz e o Instituto de Pesquisa Infantil Murdoch, da Austrália, referente a vacina BCG (usada para prevenir a tuberculose), a fim de verificar a proteção do imunizante contra a Covid-19. Dois mil profissionais da saúde de Campo Grande poderão participar da pesquisa ( clique aqui para fazer o cadastro ). A ação conta com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES).

O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, ressaltou a importância de uma parceria entre o Estado junto à comunidade científica. “Nós temos que ser parceiros de todas as instituições no sentido de possibilitar alternativas de combate à Cvid-19. Precisamos buscar com a máxima velocidade possível, uma vacina que seja eficaz contra o coronavírus”.

Segundo Resende, “a Vacina BCG tem um estudo para verificar a capacidade imunogênica dela, uma vez que tem como característica aumentar o nível de anticorpos contra bactérias e vírus. E vale lembrar, que temos várias vacinas contra a Covid adiantada e espero que possamos ter em um curtíssimo espaço de tempo, no máximo em janeiro de 2021, estudos derradeiros que possam iniciar a imunização”.

Durante a live do Boletim Coronavírus deste sábado (12), o pesquisador da Fiocruz, Julio Croda, responsável pela coordenação do estudo no Mato Grosso do Sul, falou sobre a pesquisa com a BCG financiada pela Fundação Gates. Segundo ele, o Instituto de Pesquisa Infantil Murdoch inicia os testes em outubro, em 10 mil profissionais da área de saúde da Austrália, Espanha e Reino Unido, sendo que três mil serão testados também no Brasil. Dois mil em Campo Grande e mil no Rio de Janeiro. “Essas pessoas serão acompanhadas semanalmente por um ano e serão feitas análises internas de proteção, de 3, 6, 9 e 12 meses, por meio de verificação sorológica para saber se há ou não a presença do vírus no organismo”.

Croda explica que os profissionais de saúde poderão fazer um pré-cadastro no já link disponibilizado e que até o início de outubro a pesquisa deve começar na Capital. Há uma restrição, o profissional de saúde não pode ter tido Covid e que metade receberão a vacina e metade placebo. “É importante salientar que esse estudo da BCG não tem dados quanto a imunização contra a Covid. Por isso, esse estudo precisa ser concluído e avaliado pelas agências regulatórias”, pontua.

Disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina BCG é obrigatória no Brasil para recém-nascidos desde 1976. Porém, pode ser tomada até os quatro anos de idade. O imunizante protege crianças de até cinco anos de idade das formas mais graves da tuberculose.

Vacinas do Covid-19

Conforme o pesquisador Julio Croda, diversas pesquisas pelo mundo buscam por uma vacina para a Covid-19, no momento, nove estão na fase 3, fase final de testes. “Há oito específica para a Covid e a BCG que também é um estudo para a Covid. Nesta fase, a vacina tem de garantir a segurança de pelo menos 50%. Após isso, a Agência Americana pode liberar a autorização para produção em larga escala. Porém, é nesta fase que 80% delas falham”.

O Brasil possui três acordos de transferência para produção de uma vacina no futuro: a de Oxford e AstraZeneca; a CoronaVac, produzida em uma parceria entre o Instituto Butantan e a chinesa Sinovac; e a russa Sputnik V. “A de Oxford devido ao ocorrido de advento severo, os pesquisadores já tomaram todo o cuidado de garantir a segurança e eficácia e logo será retomado”, explica o pesquisador.

Ao final, a secretária-adjunta da SES, Christine Maymone, que apresentou o os dados do Boletim Epidemiológico do Covid, questionou o pesquisador quanto as necessidades de segurança enquanto não sai a vacina. “É importante manter as medidas de distanciamento, infelizmente, vimos cenas lamentáveis no dia 7, mas precisamos e evitar aglomerações”, finaliza o pesquisador.

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