
Nem todo carro provoca suspiros, mas o Ford Mustang consegue isso há mais de 60 anos. E não é difícil entender o motivo. Com motor V8, quase 500 cavalos de potência e uma presença marcante nas ruas (e nas telas), o modelo esportivo da Ford continua sendo objeto de desejo de quem cresceu apaixonado por automóveis — mesmo que hoje o preço esteja na casa dos R$ 549 mil.

No Brasil, o Mustang GT Performance se destaca como o cupê esportivo mais vendido do mundo, e também como o único muscle car com motor V8 abaixo dos R$ 600 mil ainda disponível por aqui. Um carro que carrega o peso da história — e também a leveza de realizar sonhos guardados por décadas.

Uma experiência que vai além dos números - Durante dez dias, a equipe do caderno Autos, do jornal A Crítica, teve a oportunidade de vivenciar de perto o Mustang vermelho que ilustra esta reportagem. O modelo foi cedido por comodato pela Ford, com o objetivo de permitir uma imersão completa no universo de quem deseja — e pode — dirigir um ícone como esse.
Foram dias de contato com um carro que combina força, design clássico e tecnologias modernas, pensadas tanto para quem busca performance quanto para quem carrega a nostalgia de ter o Mustang nos pôsteres da adolescência.
Quem compra um carro como esse? A resposta não está apenas no bolso, mas na memória. A maioria dos compradores do Mustang no Brasil tem entre 35 e 55 anos, e são geralmente empresários, profissionais liberais e executivos. Gente que cresceu jogando videogame ou assistindo filmes em que o Mustang brilhava, e que hoje tem como transformar esse sonho em realidade.
Mais do que um carro, o Mustang se tornou uma forma de recompensa pessoal. Um presente para quem enfrentou anos de trabalho, construiu uma trajetória de sucesso e agora pode dizer: “é meu”.

Por que o Mustang ainda conquista? - Mesmo com rivais como o BMW M2 (R$ 672 mil) ou o Porsche 718 Cayman (R$ 755 mil), nenhum outro modelo oferece o pacote emocional e mecânico que o Mustang entrega. Além de toda a potência, o carro traz painéis digitais personalizáveis, bancos com aquecimento e resfriamento, modos de condução ajustáveis, e — talvez o mais impactante — um ronco de motor que arrepia até quem nunca ligou para carros.
Para completar a experiência, o Mustang traz detalhes que conversam com a memória. O painel pode ser configurado para simular o visual das gerações antigas, como os modelos de 1967 ou 1993. É um carro moderno com cheiro de garagem antiga e espírito de filme clássico.
Uma exclusividade para poucos — e um prazer para muitos - Apesar do tamanho, do consumo (em média, 5,4 km por litro) e do preço alto, o Mustang não deixa de ser um carro querido por todos que o veem passar. Os donos não o usam para ir ao trabalho ou ao supermercado — ele é reservado para os momentos especiais, como um passeio no fim de semana ou um encontro de carros.
E para esses donos, o Mustang não é símbolo de status, mas de conquista pessoal. Um reflexo do menino (ou menina) que desenhava o carro no caderno, e que hoje o dirige nas avenidas da cidade.

Um carro que fala com o passado e acelera no presente - Na direção do Mustang, fica claro que ele não se esforça para impressionar — ele simplesmente é impressionante. Os 488 cavalos, a tração traseira, o câmbio preciso e a resposta imediata ao acelerar fazem com que qualquer rua pareça uma reta de autódromo.
Com o carro cedido à nossa equipe, ficou ainda mais evidente: o Mustang é o tipo de veículo que conecta gerações, transforma memórias em realidade e mostra que o desejo por um carro pode ser tão profundo quanto qualquer outro sonho de infância.
