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IDEIA

Instituto Biomassa desenvolve combustíveis de alto desempenho a partir de resíduos de eucalipto

O resíduo da colheita do eucalipto é uma biomassa abundante em Mato Grosso do Sul devido ao grande volume de áreas plantadas para atender as indústrias de papel e celulose

12 fevereiro 2022 - 09h30Da Redação
Pesquisadores industriais do ISI Biomassa (Instituto SENAI de Inovação em Biomassa), localizado em Três Lagoas, a 350 km de Campo Grande, estão avaliando o potencial desse resíduo
Pesquisadores industriais do ISI Biomassa (Instituto SENAI de Inovação em Biomassa), localizado em Três Lagoas, a 350 km de Campo Grande, estão avaliando o potencial desse resíduo - (Foto: Reprodução)

O eucalipto é uma espécie versátil, cultivada para os mais variados fins, como produção de celulose, papel, móveis, carvão e óleos, entre outros. Até os resíduos da colheita são aproveitados para gerar energia elétrica. Pesquisadores industriais do ISI Biomassa (Instituto SENAI de Inovação em Biomassa), localizado em Três Lagoas, a 350 km de Campo Grande, estão avaliando o potencial desse resíduo para produzir combustíveis renováveis de alto desempenho. E, de quebra, podem contribuir para a redução da emissão de gases de efeito estufa.

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O resíduo da colheita do eucalipto é uma biomassa abundante em Mato Grosso do Sul devido ao grande volume de áreas plantadas para atender as indústrias de papel e celulose. Segundo o Ibá (Instituto Brasileiro de Árvores), em 2020 havia 1,13 milhão de hectares em área plantada dessa cultura. O Estado é segundo colocado no ranking nacional em áreas cultivadas. No entanto, o resíduo não aproveitado acaba apodrecendo no terreno, o que produz metano - um dos gases que, em altas concentrações na atmosfera, levam ao aumento da temperatura média global.

Diante desse cenário, pesquisadores e analistas do ISI Biomassa, em Três Lagoas, idealizaram em parceria com a Eldorado Brasil Celulose a proposta de aproveitar a biomassa para gerar dois combustíveis: um biocarvão e um "diesel verde". Ambos podem ser empregados de várias formas no ciclo produtivo da celulose, desde o abastecimento de maquinário até a geração de energia térmica. Essa é a ideia do projeto "Forest4fuel", que foi aprovado em edital da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fundect).

Tiago Hendrigo de Almeida, um dos idealizadores do projeto, explica a teoria por trás da ideia. "Os tocos e raízes da planta são ricos em lignina, o macroconstituinte que confere resistência mecânica à planta. Já sabemos que a partir da pirólise desses materiais produzimos biocarvão e bio-óleo pesado. O que a pesquisa se propõe é uma prova de conceito, isto é, validar na prática o que já se sabe na teoria".

O pesquisador industrial comenta ainda sobre os inúmeros benefícios no aproveitamento da biomassa. "Uma vez que o talhão estará livre de resíduos, o próximo ciclo do plantio de eucalipto pode ser acelerado. Também estaremos promovendo a redução da emissão de gases de efeito estufa".

O projeto contará com recursos de R$ 610 mil da Fundect e será desenvolvido ao longo de dois anos.

Dados sobre o eucalipto - O eucalipto é a principal espécie florestal cultivada no Brasil, respondendo por 7,4 milhões de hectares ou 77% da área total de florestas plantadas no país. Mato Grosso do Sul possui a segunda maior área cultivada com a espécie, com 1,135 milhão de hectares, ou 15% do total.

Mato Grosso do Sul responde pelo maior volume de madeira em tora destinada à fabricação de celulose, com 14,7 milhões de metros cúbicos ou 20% do total do país. Além disso, são produzidas no Estado em torno de 5 milhões de toneladas de celulose por ano, o que corresponde aproximadamente a 25% da produção nacional.

O Estado é líder na exportação de celulose, com US$ 1,5 bilhão em receitas em 2021, ou 24% da receita total obtida pelo país com a venda de celulose ao exterior. As informações são do relatório "Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura", do IBGE; do Relatório anual Ibá; e ComexStat.

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