
O Ministério do Comércio da China anunciou nesta sexta-feira (26) que passará a exigir licenças de exportação para veículos totalmente elétricos a partir de 1º de janeiro de 2026. A decisão representa um novo passo regulatório para controlar o setor e, segundo o governo chinês, promover o “desenvolvimento saudável” da indústria de carros elétricos.

A mudança foi divulgada por meio de comunicado oficial do ministério. Com a nova regra, os exportadores de veículos elétricos deverão se submeter ao mesmo sistema de licenciamento já aplicado a outros tipos de veículos e motocicletas.
Segundo o governo chinês, as condições para concessão das licenças, além dos métodos de gerenciamento e os procedimentos para solicitação e emissão, seguirão diretrizes estabelecidas em um documento regulatório publicado em 2012.
O anúncio ocorre em um momento em que a China se consolida como uma potência na produção e exportação de veículos elétricos. Marcas como BYD, NIO e XPeng têm aumentado significativamente sua presença internacional, especialmente em mercados europeus e latino-americanos.
Ao mesmo tempo, a indústria automotiva chinesa enfrenta crescente escrutínio internacional. A União Europeia, por exemplo, anunciou em 2024 uma investigação sobre subsídios estatais às montadoras chinesas, alegando concorrência desleal.
Especialistas avaliam que a exigência de licenças pode ser uma tentativa de o governo chinês demonstrar maior controle e responsabilidade sobre suas exportações em meio a esse cenário de pressão externa.
Com o novo modelo de regulação, empresas estrangeiras que importam veículos da China também devem se preparar para possíveis atrasos ou ajustes logísticos, especialmente aquelas que atuam em mercados emergentes onde a demanda por carros elétricos cresce de forma acelerada.
A indústria global observa com atenção os desdobramentos dessa medida, que pode influenciar o fluxo comercial, os preços e a competição no setor automotivo nos próximos anos.
