Na manhã desta quinta-feira (18 18 de setembro), o IBGE divulgou os dados atualizados da produção agropecuária no Brasil. Em Mato Grosso do Sul, os números mostraram que tanto o mel quanto o leite tiveram redução no volume produzido. Mesmo assim, uma cidade chamou atenção por remar contra a maré: Três Lagoas.
Enquanto o estado viu sua produção de mel cair 4,6%, Três Lagoas cresceu 57,2% e passou a liderar a produção estadual com 133,6 mil quilos. O avanço fez com que o município ultrapassasse Brasilândia, que havia liderado no ano anterior e agora aparece com 101,1 mil quilos. Jardim, Selvíria e Chapadão do Sul também figuram entre os cinco maiores produtores do estado.
Ao todo, Mato Grosso do Sul produziu 766,8 mil quilos de mel no último ano. A queda na quantidade não impediu que o valor arrecadado aumentasse. Em 2024, a produção gerou R$ 14,5 milhões, um crescimento de 6,2% em relação ao ano anterior, quando o total foi de R$ 13,6 milhões. O mel do estado passou a valer mais, mesmo sendo menos.
A apicultura segue relevante, principalmente para pequenos e médios produtores. Em Três Lagoas, o salto de produção pode estar ligado a boas condições climáticas, assistência técnica e investimentos locais. Os motivos exatos não aparecem na pesquisa, mas o resultado é claro: mais mel, mais renda, mais protagonismo.
O cenário do leite é semelhante. A produção caiu 11,2%, de 307,1 milhões de litros em 2023 para 272,6 milhões em 2024. O número de vacas ordenhadas também recuou, de 164,6 mil para 148,6 mil. Mesmo com menos leite, o faturamento cresceu. A atividade gerou R$ 686,8 milhões em 2024, alta de 1,9% em relação ao ano anterior.
Itaquiraí lidera a produção leiteira no estado com 27,7 milhões de litros. Em seguida estão Paranaíba, com 14,7 milhões, e Nova Andradina, com 12,3 milhões. No ranking nacional, o MS ocupa a 21ª posição. Minas Gerais continua soberana na atividade, com 9,7 bilhões de litros produzidos.
A Pesquisa da Pecuária Municipal, feita anualmente pelo IBGE, é uma das principais fontes de dados sobre o campo no Brasil. Os números servem para orientar políticas públicas e decisões estratégicas no setor privado.
Mesmo com as quedas gerais na produção, Mato Grosso do Sul conseguiu aumentar a arrecadação e manter a relevância de setores tradicionais como o leite e o mel. Em Três Lagoas, o desempenho das abelhas mostra que, com trabalho e estratégia, ainda é possível crescer em tempos difíceis.
