
Antes mesmo de assumir oficialmente o cargo, Paulo Skaff já movimentava a Fiesp. Na última quinta-feira (25), a nova diretoria da federação foi apresentada em São Paulo. Era só a primeira reunião de trabalho, mas parecia posse. Em destaque, a presença da senadora Tereza Cristina, que irá comandar o Conselho Superior de Agricultura.

Para muitos, a escolha de Tereza Cristina não foi surpresa. Ex-ministra da Agricultura, reconhecida por sua atuação firme e técnica no setor, ela agora assume uma posição central na nova Fiesp. A presença dela simboliza mais do que prestígio: é a sinalização clara de que o agronegócio terá voz ativa nos debates da indústria nacional.
Skaff, que volta à presidência da Fiesp a partir de janeiro de 2026, quer uma federação com presença nacional. Para isso, convocou nomes de diversas regiões do Brasil. Ao lado de Tereza Cristina, estão Michel Temer, Roberto Campos Neto, Sérgio Moro, Mendonça Filho e Ellen Gracie. Todos farão parte dos conselhos superiores que vão orientar a agenda da nova gestão.
Primeira reunião da nova diretoria da Fiesp reúne líderes empresariais e políticos em São Paulo; destaque para presença de Tereza Cristina no centro da mesa.
A senadora sul-mato-grossense terá um papel estratégico. Sua missão será aproximar o agronegócio do Centro-Oeste da indústria paulista, numa tentativa de integrar setores que historicamente caminharam em paralelo. “Ela traz consigo o conhecimento de campo e uma ponte direta com os produtores”, disse um conselheiro presente ao evento.
Durante o encontro, Skaff ressaltou que o novo time foi montado por competência, e não por alinhamento político. "São as melhores cabeças da sociedade", afirmou. Tereza Cristina foi citada como uma das figuras mais preparadas para lidar com os desafios do setor agrícola, em especial neste momento em que o Brasil busca fortalecer sua imagem no mercado internacional.
Diplomacia empresarial é o novo mantra da Fiesp. A federação quer mais presença no exterior para defender o setor produtivo brasileiro, especialmente após os Estados Unidos imporem sobretaxas a produtos nacionais. Roberto Azevêdo, ex-diretor da OMC e agora responsável pelo Conselho de Comércio Exterior, endossou a importância dessa atuação.
Tereza Cristina, com seu histórico internacional e boa relação com entidades do agro mundo afora, deve ser uma das protagonistas nesse movimento. A expectativa é que ela atue como interlocutora entre produtores, indústria e organismos internacionais.
Skaff também quer um canal direto com o Congresso. Já falou com os presidentes da Câmara, Hugo Mota, e do Senado, Davi Alcolumbre, para que parlamentares passem a integrar os conselhos da Fiesp. A ideia é criar uma ponte entre as pautas discutidas em Brasília e os setores produtivos.
Sobre política, Skaff adotou um tom pragmático. Disse que não há problema em ter no mesmo conselho nomes que participaram de governos diferentes. O importante, segundo ele, é “pensar soluções para os problemas do Brasil, antigos e novos”.
Ex-ministra da Agricultura, reconhecida por sua atuação firme e técnica no setor, Cristiana agora assume uma posição central na nova Fiesp
O clima no evento era de cooperação. Cada novo presidente de conselho fez seu discurso e esboçou os primeiros planos. Para Tereza Cristina, esse será um espaço para dar visibilidade às pautas do campo e integrar o agro às discussões industriais. Em sua fala, ela defendeu uma atuação conjunta entre os setores e reforçou o papel estratégico do agro na economia.
O que se viu na Fiesp, nesta primeira reunião, foi um sinal de mudança. Um movimento para tirar a federação do eixo exclusivo de São Paulo e transformá-la em uma instituição com voz em todo o território nacional. Com figuras como Tereza Cristina à frente, o plano ganha força e credibilidade.
