Discutir os desafios e avanços da cadeia produtiva do leite, destacar seus benefícios nutricionais e ressaltar a importância econômica do setor foram os principais temas do III Seminário Estadual do Leite, promovido nesta terça-feira (3) pela Frente Parlamentar do Leite da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS).
Evento, que faz parte da Semana Sul-mato-grossense do Leite, reuniu autoridades, produtores, acadêmicos e profissionais da área de nutrição no Plenário Deputado Júlio Maia para trocar experiências e apresentar ações para fortalecer o setor no estado.
Deputado Renato Câmara (MDB), coordenador da frente parlamentar e 1º vice-presidente da ALEMS, destacou a relevância do encontro para ampliar a cadeia produtiva. “O leite representa muito para Mato Grosso do Sul, tanto na geração de empregos quanto em seu valor nutricional. Nossa atuação resultou na criação do Proleite, programa que promove o melhoramento genético e oferece assistência técnica e linhas de financiamento para os produtores”, explicou.
O parlamentar ressaltou ainda a disputa crescente no mercado com o consumo de ovos, e a necessidade de combater informações falsas sobre os benefícios do leite. “No Junho Prata, pretendemos esclarecer e incentivar o consumo de leite entre a terceira idade, público que precisa de informações precisas”, completou.
Representantes do setor enfatizaram o impacto positivo da iniciativa. Marcelo Renck Real, da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, afirmou que a frente parlamentar ajuda a “oxigenar” as discussões regionais e nacionais, buscando melhorar a qualidade e produtividade do leite para grandes e pequenos produtores.
Palestrante destacou o leite como alimento fundamental para o crescimento e a saúde muscular
Alessandro Coelho, da Associação de Criadores de Girolando de MS, reforçou que avanços recentes, como o lançamento do Proleite pelo Governo do Estado, refletem anos de esforço coletivo e prometem maior eficiência à cadeia produtiva, essencial diante da queda do preço do leite em relação ao custo do diesel.
Segundo dados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), a produção diária de leite em Mato Grosso do Sul é de 1,34 milhão de litros, mas o volume anual caiu quase 50% desde 2016. O setor mantém estabilidade no número de animais, com cerca de 150 mil a 160 mil cabeças.
Orlando Serrou Camy Filho, gestor de Desenvolvimento Rural da Semadesc, reforçou a importância da união entre associações, cooperativas e produtores para fortalecer o Plano Estadual do Leite (Proleite). “Este seminário agrega informações e capacitação, promovendo o leite e seu valor nutricional para jovens, idosos e população em geral”, afirmou.
Washington Willeman de Souza, diretor presidente da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), destacou que o leite está entre as três principais atividades da pequena propriedade rural no estado, representando sustento diário para milhares de famílias. Ele também destacou o programa Proleite como fundamental para a melhoria genética e incentivo fiscal, além de iniciativas para capacitação e formalização da cadeia.
Nutrição e saúde foram destaques do evento. Júlio César Rotela Encizo, médico e nutricionista, desfez mitos sobre o consumo de leite, ressaltando seus nutrientes essenciais como cálcio, proteínas de alto valor biológico e vitaminas B12 e riboflavina. “Leite não é inflamatório; muitas informações contrárias são fake news. Ele é fundamental para o crescimento muscular e o desenvolvimento físico das crianças”, afirmou.
Na mesma linha, o geriatra José Roberto Pellegrino abordou o papel do leite na terceira idade, citando a prevenção da sarcopenia e osteoporose, a importância da ingestão diária adequada de proteínas e cálcio, e os benefícios para mobilidade e autonomia dos idosos. “Cada idoso merece viver com força, autonomia e dignidade, e o leite é um aliado nessa jornada”, reforçou.
