Sidrolândia, um dos principais polos agrícolas de Mato Grosso do Sul, caminha para o fim da colheita da safra de soja 2024/2025 com um cenário de crescimento na produção, apesar da produtividade abaixo do esperado. Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), até agora 64% da colheita foi realizada, e a projeção é de uma produção total de 814,9 mil toneladas de soja.
O aumento da área plantada foi um fator determinante para esse avanço. Neste ciclo, Sidrolândia destinou 275.884 hectares ao cultivo da soja, um crescimento de 6,79% em relação à safra anterior. No entanto, a produtividade média ficou em 49,23 sacas por hectare, abaixo da média estadual de 51,7 sc/ha e distante do recorde local de 2023, quando a produtividade atingiu 69,06 sacas/ha.
A explicação para o resultado vem do clima. Mais uma vez, a chuva não veio na quantidade ideal durante o período crítico do desenvolvimento do grão. O impacto foi sentido de maneira desigual nas lavouras: enquanto algumas áreas tiveram rendimento próximo ao ideal (65 sacas por hectare), cerca de 13% das plantações registraram produtividades de apenas 13 sacas/ha.
O impacto no cenário estadual - No contexto estadual, Mato Grosso do Sul mantém um ritmo de crescimento na produção agrícola. A estimativa para 2025 é de uma produção total de 75,3 milhões de toneladas de grãos, cultivados em uma área de 7,4 milhões de hectares. Em relação a 2024, isso representa um avanço de 2,5% na produção e de 2,76% na área plantada.
O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, destaca que o desempenho da soja reflete a resiliência e a capacidade de adaptação dos produtores do estado. “Mesmo diante dos desafios climáticos, conseguimos ampliar a área cultivada e aumentar a produtividade. Isso mostra a força do agronegócio sul-mato-grossense e seu compromisso com inovação, tecnologia e sustentabilidade”, afirma Verruck.
Outro fator que impulsiona o agronegócio no estado é a diversificação das culturas. A produção de amendoim, por exemplo, deve ter um aumento expressivo, podendo mais que dobrar em relação ao ano anterior. O algodão e o arroz irrigado também apresentam crescimento significativo.
Desafios e perspectivas para o futuro - Mesmo com os avanços, os desafios climáticos continuam sendo um dos principais obstáculos para o aumento da produtividade da soja em Mato Grosso do Sul. A projeção para a safra 2024/2025 no estado é de 13,97 milhões de toneladas, com uma produtividade média de 51,7 sacas por hectare.
Para Rogério Beretta, secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico-Sustentável da Semadesc, a estratégia para os próximos anos passa por um melhor planejamento para minimizar os impactos do clima. “O sucesso da safra dependerá de estratégias para mitigar riscos climáticos, como o escalonamento do plantio e a adoção de práticas agrícolas mais eficientes”, explica Beretta.
Em Sidrolândia, os produtores seguem atentos às previsões e aos aprendizados de mais uma safra. O crescimento da produção é um fator positivo, mas os desafios climáticos reforçam a necessidade de inovação e adaptação para garantir safras mais produtivas no futuro.
