
A safra de grãos do Brasil em 2025/26 está projetada em 354,39 milhões de toneladas, um crescimento modesto frente ao ciclo anterior. O volume previsto pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é cerca de 2,2 milhões de toneladas a mais, mas também ficou um pouco abaixo da expectativa de novembro deste ano.
Esse resultado decorre de duas tendências opostas no campo: a área cultivada cresceu, passando para mais de 84 milhões de hectares, mas a produtividade média nacional não avançou, mantendose próxima da de 2024/25.
Soja, a principal força da safra - A soja, principal produto plantado na primeira safra, já chegou a mais de 90% da área prevista. Em Mato Grosso, maior produtor nacional, o plantio está concluído. No início de novembro, chuvas fortes impulsionaram o avanço no Sul do país, enquanto a semeadura foi mais lenta no CentroOeste, Norte e Nordeste, e em Minas Gerais. Depois da metade de novembro, a normalização das precipitações ajudou a recuperar o ritmo em boa parte das regiões.
A expectativa é que sejam cultivados algo próximo de 49 milhões de hectares de soja, com produção em torno de 177 milhões de toneladas, volume 3,3% acima do último ciclo e que, se confirmado, estabelece um novo recorde.
O milho, que tem três safras ao longo do ano, deve totalizar perto de 139 milhões de toneladas, um recuo em relação ao ano anterior. No primeiro ciclo, porém, a produção tende a crescer com a área já em mais de 70% do total estimado.
O algodão em pluma tem previsão de colheita menor que a do ano passado, em torno de 3,96 milhões de toneladas. Já o arroz, importante para o consumo interno, deve ter uma safra menor, motivada por área de plantio reduzida.
O feijão também indica queda na produção total, acumulando as três safras previstas, mas o volume ainda deve ser suficiente para o abastecimento do mercado.
Entre as culturas de clima mais frio, o trigo está com quase toda área já colhida. A produção está estimada em cerca de 8 milhões de toneladas, valor ligeiramente superior ao do ciclo anterior, sustentado por boas condições climáticas na maior parte do período de desenvolvimento.

