
Em meio aos campos do assentamento Estrela, em Campo Grande, a esperança do produtor Sidnei Caviglione Ignacio ganhou novo fôlego. Na manhã desta terça-feira (5), ele participou da primeira reunião sobre a implantação da Propriedade de Descanso de Ovinos para Abate (PDOA), um projeto que promete transformar a ovinocultura local e trazer avanços significativos para a agricultura familiar.

O encontro aconteceu na Chácara Terra Prometida, local simbólico para um momento de renovação. A iniciativa é fruto da articulação entre a Prefeitura Municipal, a Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), o Governo do Estado, o Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) e o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), com apoio técnico da Semades (Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável).
“Estamos construindo isso aqui para uma melhoria do rebanho do cordeiro junto com a Prefeitura, a Agraer e o Senar. Uma parceria para que possamos melhorar a produção de carne de cordeiro no estado”, afirmou o produtor Sidnei, visivelmente animado com as possibilidades.

Produção organizada e carne com mais qualidade
A PDOA será estruturada para atender 50 produtores da agricultura familiar. Na prática, funcionará como uma propriedade preparada para receber os animais por um período curto antes do abate, garantindo o bem-estar dos ovinos e assegurando a qualidade da carne ofertada ao mercado.
“Todas as vezes que forem embarcar o gado, esse veterinário precisa conferir, assinar e garantir que está tudo certo. Estamos somando esforços com a Agraer dentro dessa proposta do PDOA”, explicou Ademar Silva Junior, secretário da Semades. A pasta será responsável por disponibilizar um médico veterinário que acompanhará de perto os embarques, atestando a conformidade dos procedimentos.
Gestão compartilhada e impacto sustentável
A proposta do PDOA está alinhada com os princípios da produção sustentável, promovendo rastreabilidade, organização e valorização dos pequenos criadores. Para Washington Willeman de Souza, diretor-presidente da Agraer, o modelo representa uma alternativa viável e concreta para os pequenos produtores da região.
“Temos que organizar essa cadeia desde a criação até o abate, com a carcaça adequada. Por isso, reunimos aqui a Prefeitura, Governo do Estado, Senar e outras entidades parceiras para avançar nessa cadeia tão importante para a agricultura familiar”, pontuou.
O projeto também carrega um modelo de gestão compartilhada, com participação ativa de órgãos públicos e entidades ligadas ao desenvolvimento rural. Isso garante maior suporte técnico e operacional aos produtores envolvidos, favorecendo não apenas a produção, mas também o fortalecimento do mercado local de carne ovina.
Com a implantação da PDOA, Campo Grande dá um passo importante na estruturação da cadeia da ovinocultura, setor com alto potencial de crescimento, especialmente para pequenos e médios produtores.
Além de ampliar a renda das famílias do campo, o projeto contribui para o abastecimento local com carne de cordeiro de qualidade, produzida de forma responsável e dentro das normas sanitárias exigidas pelo mercado.
O modelo poderá servir de referência para outros municípios do Mato Grosso do Sul e até de outros estados, ao demonstrar que é possível unir inovação, organização e inclusão produtiva no campo.
Municípios envolvidos e parcerias
O projeto é resultado de uma ação integrada entre:
- Prefeitura de Campo Grande
- Agraer
- Governo do Estado de Mato Grosso do Sul
- Sistema Famasul
- Senar
- Semades
Juntos, esses órgãos formam a base técnica e institucional que permitirá o acompanhamento constante dos produtores e o fortalecimento da cadeia da carne ovina no estado.
O que é a PDOA?
A Propriedade de Descanso de Ovinos para Abate é uma unidade rural projetada para receber os animais por um curto período antes do abate, com foco em garantir o bem-estar dos ovinos, reduzir o estresse e assegurar a qualidade da carne produzida. Além disso, atende às normas sanitárias vigentes e contribui para uma produção mais responsável e rastreável.
