O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de Mato Grosso do Sul deverá fechar 2025 com um recorde: R$ 76,3 bilhões, conforme aponta a Carta de Conjuntura da Agropecuária, divulgada pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). O resultado representa um salto de 23,6% em relação a setembro de 2024, quando o valor somava R$ 61,7 bilhões.
O avanço coloca Mato Grosso do Sul entre os principais produtores do país, mantendo a sétima posição no ranking nacional e respondendo por 5,42% de toda a produção agropecuária brasileira.
Agricultura segue no topo, mas pecuária cresce mais - A agricultura continua sendo o pilar da economia do campo no estado, representando 63,8% do VBP sul-mato-grossense o equivalente a R$ 48,7 bilhões. Esse valor corresponde a um crescimento de 19,5% frente ao desempenho registrado em 2024.
A pecuária, por outro lado, apresentou o maior crescimento proporcional. Com alta de 31,7%, o setor chegou a R$ 27,6 bilhões, respondendo por 36,1% do total da produção agropecuária.
No detalhamento dos produtos com maior participação no VBP estadual, a soja lidera com 34,4%, seguida pela bovinocultura (26,7%) e pelo milho (14,4%). Outros destaques incluem a cana-de-açúcar (11,6%), frango (4,3%) e suínos (3,7%).
Mais diversidade no campo impulsiona safra de 2025 - Além dos valores recordes, os dados também revelam que Mato Grosso do Sul caminha para uma safra robusta em 2025. A estimativa é de 76,9 milhões de toneladas colhidas uma alta de 2,2% na comparação com outubro de 2024. A área plantada também aumentou, alcançando 7,56 milhões de hectares, o que representa um crescimento de 5,5%.
Os grãos continuam dominando a produção estadual, com destaque para cereais, leguminosas e oleaginosas, que somam 24,7 milhões de toneladas.
Três culturas se destacaram pelo crescimento expressivo: o amendoim da primeira safra (alta de 276%), o sorgo (72%) e o arroz (42%). O sorgo, especialmente, teve crescimento de quase 64% em área plantada, saindo de 84 mil hectares para 137,8 mil hectares.
Para o secretário Jaime Verruck, os números refletem uma mudança estratégica no campo. "Investimos na diversificação de culturas com a inserção de espécies como o amendoim e o sorgo, que hoje figuram como destaque na agropecuária estadual", explicou.
Pecuária avança com mais aves e ampliação de rebanhos - O boletim também aponta expansão no setor pecuário. O maior aumento foi registrado na avicultura, com 125 milhões de cabeças crescimento de 13,1%. O bicho-da-seda também teve leve alta, chegando a 20 milhões de cabeças (+0,8%). Outras categorias do setor tiveram crescimento expressivo, com alta acumulada de 98,5%.
Mais empregos no campo e renda média acima de R$ 2 mil - Os dados da Semadesc ainda mostram que o setor agropecuário gerou 100.125 empregos até setembro de 2025. A maior parte está concentrada no subsetor de Agricultura, Pecuária e Serviços Relacionados, que emprega 83.194 trabalhadores, representando 83% do total.
O salário médio de admissão no setor ficou em R$ 2.282,02. Desde janeiro de 2020, o número de pessoas empregadas no agro cresceu 33,2%, refletindo a expansão consistente da atividade no estado.
Gestão pública e tecnologia impulsionam resultados - Para Verruck, os bons resultados não são obra do acaso. Segundo ele, o desempenho da agropecuária sul-mato-grossense é resultado direto da articulação entre governo, produtores e investimentos em inovação.
"O crescimento expressivo do VBP e da produção agrícola e pecuária mostra que Mato Grosso do Sul permanece em trajetória sólida de expansão. Esse resultado é fruto direto do esforço dos produtores, da adoção de tecnologias e, principalmente, das políticas públicas implementadas pelo Governo do Estado. Trabalhamos para garantir segurança jurídica, infraestrutura, logística e incentivos que permitem ao setor crescer com sustentabilidade. Os dados comprovam que nosso planejamento está no caminho certo e que o agro segue sendo o grande motor do desenvolvimento econômico de Mato Grosso do Sul", concluiu.
