MS reforça estratégia de exportação diante de barreiras tarifárias dos EUA

O vereador Delei Pinheiro conversa com o presidente da Nelore MS, Paulo César de Matos, antes da sessão na Câmara Municipal. - Foto: Izaias Medeiros

A pecuária sul-mato-grossense emprega cerca de 148 mil pessoas e mantém posição estratégica no mercado internacional de carne bovina, segundo o presidente da Associação Sul-Mato-Grossense dos Criadores de Nelore (Nelore MS), Paulo César de Matos. Em discurso na Câmara Municipal de Campo Grande, nesta terça-feira (12), Matos afirmou que o impacto das tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos deve ser limitado.

De acordo com ele, a raça Nelore representa 90% do rebanho estadual e nacional, com produção anual de aproximadamente 10 milhões de toneladas de carne no Brasil, das quais 2,5 milhões são exportadas. Mato Grosso do Sul concentra oito dos dez maiores criadores do país e se destaca pelo melhoramento genético e qualidade do produto.

Paulo César de Matos participa da sessão na Câmara Municipal de Campo Grande, que aprovou por unanimidade moção de apoio à pecuária sul-mato-grossense Foto: Izaias Medeiros

“O mercado americano é importante, mas essa tarifa, segundo nossos estudos, impacta mais os EUA do que o Brasil. Temos novos mercados e uma carne de qualidade reconhecida”, disse Matos. Ele informou que, após o anúncio da taxação, parte da indústria tentou pressionar os produtores a vender abaixo do preço de mercado. “Conseguimos paralisar essa tentativa de repassar ao produtor uma conta injusta que ele já vem pagando há muito tempo.”

Segundo dados apresentados, as exportações brasileiras de carne bovina cresceram 17% no acumulado de 2025 até o momento, em comparação com o mesmo período de 2024, e o preço da tonelada exportada subiu 25%.

Paulo César de Matos destaca a importância da qualidade da carne sul-mato-grossense para o mercado internacional. Foto: Izaias Medeiros

O presidente da Câmara, Epaminondas Vicente Silva Neto (PSDB), defendeu que a política de comércio exterior seja conduzida com pragmatismo e foco na competitividade. “O Brasil precisa se comportar como um país grande e legítimo nas negociações, valorizando seus produtos e ampliando mercados”, afirmou.

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