A Associação Novilho Precoce de Mato Grosso do Sul prepara um novo salto estratégico: levar para outros estados, em formato de franquia, o modelo de organização construído ao longo de 27 anos. A proposta, anunciada durante evento realizado no sábado (22), busca acelerar a adoção de práticas cooperativistas e sustentáveis na pecuária nacional. Hoje, a entidade e a NovilhoCoop abatem, juntas, cerca de 19 mil animais por mês e já somam R$ 23 milhões movimentados em insumos por meio de compras coletivas.
O presidente da Novilho Precoce, Rafael Gratão, explica que a expansão permitirá que produtores de outras regiões iniciem seus trabalhos com processos amadurecidos e já testados no Estado.“Construímos um modelo sólido de união entre produtores. Não é só organização: é fortalecimento de pessoas, alinhamento de propósitos e resultados coletivos”, afirmou.
Gratão lembrou que Tocantins foi o primeiro estado a replicar o formato, e que produtores do Rio Grande do Sul e de Goiás já visitaram MS interessados no sistema de bonificação atrelado à produção sustentável.
Representando o Governo do Estado, o secretário Jaime Verruck (Semadesc) destacou que a pecuária de MS se tornou um exemplo de avanço sustentável, mesmo com grandes áreas antes dedicadas ao gado sendo convertidas para agricultura. “Retiramos cinco milhões de hectares de pastagens em dez anos sem reduzir o rebanho. A idade média de abate caiu mais de 17 meses, e isso mostra eficiência”, afirmou.
Lucas Galvan, superintendente do Senar/MS, reforçou que a iniciativa coloca o Estado em posição de destaque.“O que a Novilho faz é incorporar inovação e precocidade, posicionando a pecuária sul-mato-grossense nos mercados mundiais”, destacou.
Os dados apresentados no evento mostram expansão contínua. O volume de abate passou de 213.561 animais em 2024 para uma projeção de 228.175 cabeças em 2025, aumento sustentado também pela ampliação de cerca de 30% no número de associados ativos.
O superintendente da Novilho Precoce, Alexandre Guimarães, reforça que a expansão não tem caráter comercial. “A franquia é uma ferramenta de disseminação do cooperativismo. Queremos levar a outros estados tudo o que aprendemos, acertamos e corrigimos em quase três décadas”, disse.
Além das apresentações da Associação, o evento contou com palestras do especialista em marketing no agronegócio, José Luiz Tejon, e do professor de filosofia Guilherme Freire, que trouxeram reflexões sobre liderança, mercado e evolução do setor.
