
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou ontem (15) a Portaria nº 1.111, que estabelece os períodos de vazio sanitário e o calendário de semeadura de soja em nível nacional para a safra 2024/2025. O vazio sanitário é um período contínuo de no mínimo 90 dias, durante o qual é proibido plantar ou manter plantas de soja vivas em qualquer fase de desenvolvimento na área determinada.

Essa medida fitossanitária é fundamental para o controle da ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. O objetivo é reduzir ao máximo o inóculo da doença, minimizando os impactos negativos durante a safra seguinte. Em Mato Grosso do Sul, o vazio sanitário começa em 15 de junho e vai até 15 de setembro.
O calendário de semeadura é uma medida fitossanitária complementar ao vazio sanitário, implementada no Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS). Essa ação visa racionalizar o número de aplicações de fungicidas e reduzir os riscos de desenvolvimento de resistência da ferrugem asiática às moléculas químicas utilizadas no controle. No Mato Grosso do Sul, a semeadura de soja começará em 16 de setembro e terminará em 31 de dezembro de 2024.
O diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold, destaca a importância de cumprir essas determinações e seguir o calendário em Mato Grosso do Sul: “O calendário é definido com base em resultados de extensivas pesquisas e experimentos realizados por instituições renomadas em nosso Estado. Ele foi planejado para otimizar nossas práticas agrícolas e minimizar o risco e o impacto da ferrugem asiática, uma das maiores ameaças à nossa produção de soja. Agora é o momento de nos prepararmos e planejarmos de acordo com o calendário estabelecido, para garantir não apenas a sanidade de nossas lavouras, mas também a sustentabilidade e a lucratividade da nossa produção agrícola.”
Para definir as datas, o Mapa considerou as condições climáticas e as sugestões dos estados. “Para o estabelecimento dos períodos de vazio sanitário e do calendário de semeadura, utilizamos dados técnicos e realizamos reuniões com os órgãos estaduais de defesa vegetal de forma individual e regional, analisando conjuntamente todas as propostas enviadas pelas unidades da federação”, explica a diretora do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, Edilene Cambraia.
A ferrugem asiática é considerada uma das doenças mais severas que afetam a cultura da soja, podendo ocorrer em qualquer estádio fenológico. Em regiões onde a praga foi relatada em níveis epidêmicos, os danos podem variar de 10% a 90% da produção.
