
Entre junho e agosto de 2025, o clima atrapalhou quem planta milho em Mato Grosso do Sul. Teve geada, teve vento forte e também teve falta de chuva. Por causa disso, 49 mil hectares de lavouras foram perdidos. Mesmo assim, a colheita da segunda safra deve ser a maior da história no Estado.

As informações estão no boletim da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja), divulgado nesta quinta-feira, 18 de setembro. A estimativa é que a produção chegue a 14,2 milhões de toneladas, com uma média de 112,7 sacas por hectare.
O maior problema começou em junho, com as geadas que atingiram 35 mil hectares, principalmente no centro e sul do Estado. Nessa região, os prejuízos chegaram a 30%. Em julho, ventos fortes derrubaram outras 14 mil hectares, com perda de até 40% em algumas áreas. E em agosto, a seca apareceu de vez. Em 43 dos 55 pontos monitorados, a chuva ficou abaixo do normal.
Mesmo com tudo isso, a colheita foi rápida. Até o dia 12 de setembro, quase toda a área plantada já tinha sido colhida. No norte e no centro do Estado, mais de 99% já estavam prontos. Os técnicos explicam que a chuva de abril foi o que salvou a lavoura. Ela chegou na hora certa, quando o milho ainda estava crescendo.
Por outro lado, os produtores estão mais cautelosos. Neste ano, o milho foi plantado em apenas 46% da área usada para soja. Em anos anteriores, esse número era de 75%. A mudança aconteceu por causa dos custos altos e do medo de perder a lavoura com o clima ruim. Muitos agricultores preferiram plantar outras culturas na segunda safra.
Esse recuo mostra que o milho está perdendo espaço e que o campo está mais preocupado com os riscos do tempo.
E o futuro também preocupa. A previsão para os próximos meses é de chuvas irregulares e temperaturas mais altas que o normal. Existe ainda 71% de chance de o fenômeno La Niña acontecer entre outubro e dezembro, o que pode deixar o tempo ainda mais instável.
