
Mato Grosso do Sul atingiu um marco histórico na produção de milho e confirmou sua posição de destaque no agronegócio brasileiro. De acordo com o Projeto SIGA-MS, o estado registrou um crescimento de 68,2% na safra 2024/2025 em comparação com a anterior, superando todas as projeções iniciais. A produção saltou de uma estimativa de 10,1 milhões para 14,2 milhões de toneladas, puxada principalmente pelo aumento da produtividade.

Mesmo com a área cultivada praticamente estável totalizando 2,1 milhões de hectares a produtividade média cresceu significativamente, chegando a 112,7 sacas por hectare, contra 67 sacas na safra anterior. O salto de 68,1% é atribuído à combinação de condições climáticas favoráveis, janela ideal de plantio, avanço tecnológico e adoção de boas práticas de manejo pelos produtores rurais.
A maior parte da semeadura ocorreu entre os meses de fevereiro e março, permitindo que as lavouras se desenvolvessem em abril, período com volume de chuvas ideal. Segundo o boletim do SIGA-MS, 78,1% das lavouras foram classificadas como boas, 15,3% como regulares e apenas 6,6% como ruins.
Apesar dos bons resultados, a colheita ainda não foi finalizada, o que exige cautela por parte dos produtores e analistas. Gabriel Balta, coordenador técnico da Aprosoja/MS, destaca que as projeções são animadoras, mas ainda dependem da finalização das operações no campo.
Para o secretário da Semadesc, Jaime Verruck, a quebra de recorde é reflexo direto das boas práticas e da resposta do setor produtivo às demandas de mercado. Ele aponta que a produção de mais de 14 milhões de toneladas é suficiente para abastecer a indústria local, como a de etanol de milho e o setor de proteína animal, além de permitir a exportação para outros estados, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
"Isso é importante porque temos uma elevada demanda interna e estamos atraindo investimentos. Mato Grosso do Sul tem plenas condições de atender tanto ao mercado local quanto aos estados demandantes de milho", afirmou.
Verruck também destacou que o milho foi plantado em cerca de 45% da área ocupada anteriormente pela soja, o que abre espaço para o desenvolvimento de novas culturas e diversificação da produção no Estado. "Estamos trabalhando para incentivar o aproveitamento dessa área com outras culturas e promover novos investimentos no etanol de milho", completou.
Segundo o analista da Famasul, Jean Américo, os impactos do aumento na oferta de milho vão além do campo. "Esse avanço fortalece a renda agrícola, melhora a rentabilidade dos produtores, amplia o superávit comercial e consolida MS como polo estratégico no abastecimento nacional e internacional", afirmou.
Américo também destacou que o cenário favorece a atração de investimentos em tecnologia, logística e infraestrutura, reforçando o papel do milho como vetor de crescimento econômico no Estado.
Os dados do SIGA-MS também revelam as cidades com melhor e pior desempenho na produtividade por hectare:
Maiores produtividades
- Chapadão do Sul 173,3 sc/ha
- Alcinópolis 160,0 sc/ha
- Sonora 152,5 sc/ha
- São Gabriel do Oeste 147,1 sc/ha
- Brasilândia 145,8 sc/ha
- Menores produtividades
- Ivinhema 57,8 sc/ha
- Rochedo 50,7 sc/ha
- Aparecida do Taboado 35,0 sc/ha
- Nova Andradina 31,0 sc/ha
- Aquidauana 19,1 sc/ha
Com um avanço expressivo na produtividade e uma safra histórica, Mato Grosso do Sul se consolida como um dos principais estados produtores de milho do Brasil. A combinação entre clima, tecnologia e gestão eficiente impulsiona não apenas o agronegócio, mas toda a economia regional, reforçando a vocação do Estado como protagonista no cenário agrícola nacional.
