O Brasil atingiu novos recordes na produção pecuária em 2024, segundo a pesquisa Produção da Pecuária Municipal (PPM), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento revela avanços expressivos na criação de aves, produção de ovos e leite, além de resultados históricos nas exportações de carne bovina. O valor total da produção de origem animal no país alcançou R$ 121,1 bilhões, um crescimento de 8,2% em relação ao ano anterior.
Galináceos e ovos: produção histórica
A população de galináceos no Brasil atingiu um recorde de 1,6 bilhão de aves em 2024, alta de 1,7% frente a 2023. A criação de galinhas poedeiras, voltadas à produção de ovos, também bateu recorde: 277,5 milhões de animais, um crescimento de 6,8%.
A produção de ovos de galinha atingiu 5,4 bilhões de dúzias, aumento de 8,6% em relação ao ano anterior. O valor gerado com essa produção foi de R$ 31,9 bilhões. O Sudeste liderou com 40,4% do total produzido, sendo o Estado de São Paulo o maior produtor, com 23,6% do total nacional.
Santa Maria de Jetibá (ES), Bastos (SP), São Bento do Una (PE), Primavera do Leste (MT) e Beberibe (CE) foram os principais municípios produtores de galinhas e ovos.
Leite: produção recorde e valor em alta
Com 35,7 bilhões de litros produzidos, o Brasil alcançou um recorde histórico na produção de leite em 2024, crescimento de 1,4%. Mesmo com redução de 2,8% no número de vacas ordenhadas (15,1 milhões de cabeças), a produtividade média nacional subiu para 2.632 litros por vaca por ano.
Minas Gerais manteve a liderança com 9,8 bilhões de litros (27,4% do total). Castro (PR) foi o maior produtor municipal, com 484,4 milhões de litros. O valor da produção de leite somou R$ 87,5 bilhões, alta de 9,4%, com preço médio de R$ 2,45 por litro.
Bovinos: queda no rebanho, mas recorde no abate e nas exportações
O rebanho bovino brasileiro totalizou 238,2 milhões de animais, queda de 0,2% em relação a 2023. Apesar disso, o ano registrou o segundo maior número da série histórica e um recorde no abate: 39,7 milhões de cabeças.
As exportações de carne bovina in natura cresceram 22,8% em volume e 26,9% em faturamento. A China permaneceu como principal destino, com 52% do volume exportado. Os Estados Unidos ficaram em segundo, com aumento de 93,8% nas importações.
Mato Grosso liderou o ranking estadual com 32,9 milhões de animais (13,8% do total nacional), seguido por Pará e Goiás. São Félix do Xingu (PA) foi o município com maior efetivo bovino, com 2,52 milhões de cabeças.
Suínos: crescimento no rebanho e recorde de abate
O rebanho suíno brasileiro chegou a 43,9 milhões de animais, alta de 1,8%. As matrizes totalizaram 5 milhões, maior número já registrado.
O abate também bateu recorde, com aumento de 1,2% no número de animais e 0,6% no peso de carcaça. As exportações de carne suína in natura também cresceram.
Santa Catarina liderou com 9,3 milhões de suínos (21,2% do total), seguido por Paraná e Rio Grande do Sul. Toledo (PR) foi o município com maior efetivo.
Caprinos e ovinos: Nordeste domina criação
O país alcançou recorde de 13,3 milhões de caprinos (+3,1%) e 21,9 milhões de ovinos (+0,3%) em 2024. O Nordeste concentrou 96,3% dos caprinos e 73,5% dos ovinos.
Bahia lidera em ambas as criações, com 31,6% dos caprinos e 23,5% dos ovinos. Pernambuco aparece em segundo lugar. Casa Nova (BA) é o principal município criador tanto de caprinos quanto de ovinos.
Aquicultura: crescimento expressivo em peixes e camarões
A produção de peixes alcançou 724,9 mil toneladas (+10,3%), gerando R$ 7,7 bilhões (+15,8%). O cultivo de camarões bateu recorde: 146,8 mil toneladas (+15,2%), com valor de R$ 3,1 bilhões.
A produção de ostras, vieiras e mexilhões (malacocultura) cresceu 21,7%, atingindo 9,56 mil toneladas, com valor de R$ 119 milhões (+37%).
Valor total da produção animal
Entre os principais produtos de origem animal, o leite foi responsável por 72,3% do valor total (R$ 87,5 bilhões), seguido por ovos de galinha (26,3%) e mel (0,8%).
Minas Gerais foi o Estado com maior valor de produção (R$ 27,5 bilhões), puxado pela pecuária leiteira. Entre os municípios, Santa Maria de Jetibá (ES) liderou, com R$ 1,8 bilhão, sustentado pela avicultura.
