
O Conselho Estadual de Investimentos Financiáveis pelo Fundo de Financiamento do CentroOeste (CEIFFCO) encerrou na manhã de ontem (12), em Campo Grande, sua última reunião ordinária de 2025 com dados que mostram um ano histórico para Mato Grosso do Sul. Além de analisar pedidos de financiamento, os conselheiros apresentaram um balanço das operações do fundo e as perspectivas de disponibilização de recursos para o próximo ano.
O encontro aprovou mais 97 cartasconsulta, 81 destinadas ao FCO Rural e 16 ao FCO Empresarial, concluindo um ciclo em que foram autorizadas 1.339 cartasconsulta, totalizando quase R$ 2,86 bilhões em financiamentos no ano. Esse resultado representa um crescimento de cerca de 15% em relação a 2024 e mostra a recuperação do uso das linhas de crédito para estimular o desenvolvimento local.
O secretário executivo de Desenvolvimento Sustentável da Semadesc, Rogério Beretta, avaliou o desempenho como positivo, mas destacou uma diferença marcante. “Este foi um ano bastante atípico pela preponderância do crédito ao setor rural frente ao empresarial”, afirmou. De acordo com ele, a distribuição ideal, que prevê metade dos recursos indo para o setor urbano (comércio, indústria e serviços) e metade para o campo, não foi alcançada: o crédito rural concentrou a maior parte dos recursos.
CEIFFCO fecha 2025 com recorde de financiamentos aprovados em MS e recursos planejados acima de R$3 bilhões para 2026.
Os números confirmam essa leitura. Na linha FCO Rural foram aprovadas 1.063 cartasconsulta, somando mais de R$ 2,13 bilhões, quase três vezes mais que os recursos liberados para o setor urbano. Já o FCO Empresarial registrou 276 aprovações, totalizando pouco mais de R$ 720 milhões.
Beretta apontou que a elevação das taxas de juros pode ter desestimulado a procura pelo crédito empresarial, empurrando mais produtores rurais a buscar linhas de financiamento do fundo.
Recursos ainda maiores previstos para 2026 - Para o próximo ano, Mato Grosso do Sul já tem destinado cerca de R$3,157 bilhões em recursos do FCO. Esse valor pode chegar a R$3,5 bilhões depois que a Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do CentroOeste) concluir a revisão e redistribuição dos recursos, processo que tradicionalmente ocorre em setembro.
“Costumamos trabalhar com a média de R$2,2 bilhões a R$2,5 bilhões, e neste ano vamos chegar perto de R$3 bilhões, o que é muito bom para o desenvolvimento do Estado”, ponderou Beretta ao destacar a perspectiva positiva.
O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, ressaltou o papel do CEIFFCO para alcançar o desempenho recorde. “Durante este ano tivemos uma modernização dos procedimentos do FCO e todos os conselheiros trabalharam para que pudéssemos aprovar as cartasconsulta com mais agilidade”, afirmou. Ele lembrou que cada financiamento aprovado também significa criação de empregos e estímulo ao desenvolvimento regional. “Em 2026 teremos claramente um volume grande de trabalho e isso sinaliza chance de novo recorde de aprovações”, acrescentou.

