
As emissões de metano (CH4) no Brasil cresceram 6% entre 2020 e 2023, alcançando 21,1 milhões de toneladas no último ano, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Observatório do Clima. O volume registrado foi o segundo maior da série histórica, com a agropecuária responsável por três quartos das emissões. O metano é um gás de efeito estufa com potencial de aquecimento global 28 vezes maior que o do dióxido de carbono (CO2).

Em 2023, a agropecuária respondeu por 75,6% das emissões de metano, totalizando 15,7 milhões de toneladas. Deste total, 98% tiveram origem na pecuária, principalmente na fermentação entérica do rebanho bovino, popularmente conhecida como “arroto” do boi, equivalente a 14,5 milhões de toneladas. Esse volume corresponde a 406 milhões de toneladas de CO2 equivalente, mais do que todas as emissões de gases de efeito estufa da Itália no mesmo ano.
O setor de resíduos aparece como o segundo maior emissor, com 3,1 milhões de toneladas, resultado do descarte de dejetos orgânicos em lixões. Outros setores que contribuíram foram mudanças de uso da terra e florestas (1,33 milhão de t), principalmente devido às queimadas; energia (550 mil t) e processos industriais e uso de produtos (20 mil t).
O relatório destaca que o Brasil aderiu, em 2021, ao Compromisso Global do Metano, firmado por mais de 150 países durante a COP26, com a meta de reduzir em 30% as emissões até 2030 em relação a 2020. No entanto, desde 2015, o país apresenta crescimento nas emissões. O estudo também aponta que o Brasil é o quinto maior emissor global de metano, atrás da China, Estados Unidos, Índia e Rússia.
