
Na manhã de quarta-feira, 18 de setembro de 2025, o IBGE divulgou os novos dados da pecuária brasileira. E, no meio de números que mostram leve queda nos rebanhos, um município do Pantanal continua firme no topo: Corumbá. A cidade manteve o posto de segunda maior criadora de gado do Brasil, com um rebanho de 2,2 milhões de cabeças, o que representa mais de 11% do total de Mato Grosso do Sul.

O estado como um todo teve uma leve redução de 0,8% em relação ao ano anterior. Agora são 18,7 milhões de bovinos espalhados pelo território sul-mato-grossense. A marca ainda mantém o MS como o quinto maior rebanho do país, atrás de Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Pará.
Corumbá é um caso à parte. Mesmo com o histórico de declínio no número total de animais no estado, a cidade pantaneira continua no topo. E não está sozinha. Outros municípios sul-mato-grossenses também se destacam: Aquidauana aparece como o 11º maior rebanho do Brasil, Ribas do Rio Pardo é o 14º e Porto Murtinho, o 23º.
No cenário nacional, São Félix do Xingu, no Pará, lidera com 2,5 milhões de animais. Mas Corumbá vem logo atrás. E isso diz muito sobre a força da pecuária na região pantaneira, mesmo diante dos desafios do clima, do solo e das mudanças econômicas.
A pesquisa também mostra uma mudança no perfil do abate. Em 2024, o Brasil registrou o maior número de bovinos abatidos da história: 39,7 milhões de cabeças sob inspeção. Houve aumento no abate de fêmeas e de animais mais jovens, como as novilhas. A tendência aponta para uma renovação do rebanho e uma aposta na carne de maior qualidade.
O rebanho de Mato Grosso do Sul já foi maior. Em 2015, o estado chegou ao pico de 21,3 milhões de cabeças. De lá pra cá, a redução foi de mais de 2 milhões de animais. Em 2013, o MS ainda era o quarto maior do país. Caiu para quinto em 2019 e permanece nessa posição desde então. As causas passam por mudanças no uso da terra, ajustes no mercado, clima e políticas públicas.
A PPM (Pesquisa da Pecuária Municipal), feita pelo IBGE, é a principal fonte de informações sobre a pecuária no Brasil. Os dados são colhidos com produtores, técnicos, entidades públicas e privadas, além de órgãos de controle e fiscalização. São eles que ajudam a entender os rumos da produção, os desafios do campo e a importância da pecuária para a economia nacional.
Corumbá segue como símbolo da resistência do gado no Pantanal. Em um cenário que muda rápido, manter-se firme já é, por si só, um feito.
