
As exportações brasileiras de gado vivo devem alcançar o maior volume da história em 2025, segundo levantamento da Agrifatto com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O país já embarcou 788,4 mil bovinos até setembro, um crescimento de 16% em relação ao mesmo período do ano passado.
Somente em setembro, foram exportadas 137,1 mil cabeças, o segundo maior volume mensal já registrado, ficando atrás apenas de dezembro de 2024. A receita com as vendas externas somou US$ 147,9 milhões, com média de US$ 76,32 por arroba.
De acordo com a economista e CEO da Agrifatto, Lygia Pimentel, a tendência indica que o Brasil poderá encerrar 2025 com 1,5 milhão de animais enviados ao exterior, consolidando o maior resultado histórico do setor. A demanda vem, principalmente, de países do Oriente Médio e Norte da África, como Turquia, Iraque, Marrocos e Egito, responsáveis por cerca de 80% dos embarques. Com a Arábia Saudita, essa participação se aproxima de 100%.
A exportação é concentrada em regiões próximas a portos, com destaque para o Pará, que responde por 59,6% dos embarques, seguido de Rio Grande do Sul (22,4%) e São Paulo (5%). Segundo Lygia, fatores logísticos e a competitividade do boi brasileiro, atualmente o mais barato do mundo, explicam o bom desempenho.
“A competitividade do boi brasileiro está muito forte frente aos concorrentes. Esse é o principal motivo do aumento de volume e preço”, afirmou.
Apesar do avanço expressivo, o envio de gado vivo ainda representa uma parcela pequena da pecuária nacional. Em 2024, a atividade correspondia a 3,15% do total de animais abatidos no país e, mesmo que atinja 1,5 milhão de cabeças neste ano, deve representar apenas 3,59% do abate estimado para 2025.

