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Nos últimos dias, uma ocorrência triste e incomum abalou as terras do Pantanal brasileiro, deixando uma trilha de perdas e consternação. Com a chegada de uma frente fria intensa, a região testemunhou uma tragédia avassaladora: a morte de 1.071 bovinos, entre bezerros e bois, vítimas implacáveis da hipotermia. Esse evento catastrófico se torna o mais devastador desde 2010, quando uma situação semelhante assolou a região.
As consequências desse episódio trágico foram sentidas com maior intensidade em Rio Verde de Mato Grosso, onde 368 animais encontraram um destino cruel de forma abrupta. A microrregião de Nhecolândia, uma das onze áreas que compõem o bioma do Pantanal, também sofreu com a calamidade, registrando a morte de 200 animais. Além disso, na cidade de Corumbá, 25 bezerros sucumbiram às baixas temperaturas, evidenciando a magnitude dessa tragédia.
Mapa de morte de bovinos por hipotermia, no Pantanal (Foto: Divulgação)
Daniel Ingold, presidente da Iagro (Agência Estadual de Defesa Animal e Vegetal), lamentou profundamente o ocorrido e expressou sua preocupação diante da possibilidade de novas fatalidades na noite seguinte. "Isso não ocorre todos os anos, não é uma ocorrência comum, mas a última vez que testemunhamos algo assim foi em 2010. Estivemos presentes no local. Infelizmente, mais animais podem perecer nesta noite devido à hipotermia", afirmou com pesar.
Daniel Ingold, presidente da Iagro (Agência Estadual de Defesa Animal e Vegetal).
Segundo Ingold, nos últimos dois dias, os termômetros da região registraram mínimas de 6ºC e máximas de 9ºC. Infelizmente, diante de circunstâncias tão adversas, medidas efetivas para evitar essas tragédias se mostram inexistentes. A única alternativa é proporcionar abrigos mais quentes aos animais, preenchidos com serragem. No entanto, mesmo com esses esforços, as chances de sobrevivência são drasticamente reduzidas. Afinal, os bovinos são criaturas acostumadas ao calor intenso da região, e o impacto dos ventos no Pantanal apenas torna a situação ainda mais desafiadora.
