
Mato Grosso do Sul registrou crescimento de 13,8% no abate de bovinos em 2023, mesmo diante da redução de área de pastagem e queda no tamanho do rebanho. Mais de 3,5 milhões de animais foram abatidos, impulsionando a produtividade e destacando a evolução da pecuária estadual.

O resultado foi um dos principais temas da palestra apresentada na terça-feira (26) na Dinapec 2025 pelo secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Rogério Beretta, e pelo presidente da Associação Novilho Precoce MS, Rafael Gratão. Eles mostraram como o programa Precoce MS tem sido um diferencial na adoção de boas práticas, sustentabilidade e valorização do produtor.
Tecnologia e sustentabilidade no campo - De acordo com Beretta, a ampliação do uso de tecnologias resultou diretamente no aumento da eficiência da produção. “Mesmo com redução no rebanho e na área de pastagem, conseguimos elevar os números graças à adoção de práticas modernas e ao apoio técnico. A Embrapa tem papel importante nesse processo, trazendo inovação e conhecimento para dentro das propriedades”, afirmou.
Em cinco anos, o número de novilhos precoces abatidos mais que dobrou: passou de 722 mil em 2018 para 1,53 milhão em 2023 — alta de 112%. Só no ano passado, o programa Precoce MS destinou R$ 117 milhões em bonificações aos produtores participantes, como forma de incentivar práticas mais sustentáveis e produtivas.
Secretário Rogério Beretta da Semadesc, e o presidente da Novilho Precoce MS Rafael Gratão dividiram o palco para falar do programa
Desde 2017, o Precoce MS incorporou critérios de sustentabilidade ao protocolo de avaliação dos produtores. Essa mudança foi reforçada nos últimos anos com novas exigências ligadas ao controle zootécnico e sanitário, rastreabilidade animal e biossegurança. O objetivo é contribuir para a meta do Estado de neutralizar emissões de carbono até 2030.
Beretta explicou que, dos 2.848 produtores cadastrados no programa, apenas 50 adotavam boas práticas agropecuárias no início da reformulação. Atualmente, esse número passou para 516, e o governo quer que todos os participantes passem por avaliação técnica. “A partir de abril, na renovação do cadastro, todos passarão por um processo de avaliação da propriedade”, anunciou.
Programa Precoce MS valoriza o produtor e a carne sustentável - Durante a apresentação, Rafael Gratão destacou que o protocolo adotado no Precoce MS é acessível e pode ser implementado por qualquer pecuarista, independentemente do tamanho da propriedade. Segundo ele, a associação teve o cuidado de desenvolver critérios viáveis, que reúnem sustentabilidade, viabilidade econômica e qualidade da carne produzida.
“Desafio qualquer produtor a me mostrar algo impossível de fazer dentro do protocolo. Está tudo ali: manejo correto, responsabilidade ambiental e rastreabilidade. Isso, sim, é política pública que funciona”, declarou Gratão, em tom de convite para que o setor produtivo valorize ainda mais a iniciativa local.
Hoje, o programa conta com:
2.848 produtores cadastrados
615 responsáveis técnicos credenciados
516 estabelecimentos com atestado de adequação
409 em nível avançado
75 em nível intermediário
26 em nível básico
2.333 em nível obrigatório
1.930 propriedades com identificação animal
316 unidades de confinamento
492 estabelecimentos rurais com ações de associativismo
Esses dados demonstram o avanço da pecuária em MS com foco em produtividade aliada à responsabilidade ambiental. O Precoce MS também atende às diretrizes do PNEFA (Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa), com ações que integram sanidade animal, rastreabilidade e boas práticas de manejo.
A apresentação do Precoce MS durante a Dinapec 2025 reforçou o protagonismo de Mato Grosso do Sul na pecuária de corte nacional. O evento, realizado pela Embrapa Gado de Corte, reúne produtores, pesquisadores e instituições do agro para debater inovações, resultados e estratégias para o futuro da produção no Brasil.
Ao encerrar a palestra, Beretta reafirmou o compromisso do Governo do Estado com o fortalecimento da pecuária de forma sustentável e transparente. "Nosso foco é valorizar quem faz bem feito, modernizar a cadeia da carne e mostrar que é possível crescer respeitando o meio ambiente", concluiu.
