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Enrico Feitosa

NOVIDADES AUTOMOTIVAS

GWM inicia produção brasileira

18 agosto 2025 - 06h00Por Enrico Feitosa

Produção retomada - Em 15 de agosto de 2025, a GWM ligou oficialmente a linha de montagem em Iracemápolis (SP). O complexo ficou fechado desde 2020, quando a Mercedes-Benz encerrou sua curta produção do Classe C e GLA. Agora, a cidade volta ao mapa automotivo brasileiro, com a promessa de não só recuperar empregos, mas também de colocar a China como força industrial local.

Ritmo da fábrica - O plano é começar fabricando entre 20 mil e 30 mil veículos por ano, volume semelhante ao que a Mercedes nunca conseguiu atingir no mesmo local. Até 2027, a produção deve chegar a 50 mil unidades anuais. A segunda fase, prevista para depois de 2030, pode dobrar esse número, alcançando 100 mil carros por ano, um patamar de fábricas como Jeep em Goiana (PE).

Na parte de trás, o SUV Haval H9, e ao lado a picape Poer: dois modelos estratégicos para ampliar a linha nacional da marca chinesa.
Na parte de trás, o SUV Haval H9, e ao lado a picape Poer: dois modelos estratégicos para ampliar a linha nacional da marca chinesa.

Mais empregos - A planta iniciou com 600 trabalhadores diretos. Até o fim de 2026, a meta é chegar a 1.000 postos formais. Somando fornecedores e serviços indiretos, o impacto deve passar de 3.500 empregos na região. Essa geração de vagas é comparável ao que a Toyota criou em Sorocaba ao inaugurar sua fábrica em 2012.

Primeiro carro - O Haval H6 híbrido será o primeiro nacionalizado ainda em 2025. Hoje, ele já é o SUV híbrido mais vendido do Brasil, com cerca de 1.500 emplacamentos por mês. Em 2025, chega o SUV de grande porte Haval H9, posicionado contra SW4 e Trailblazer. Já a picape Poer, prevista para 2026, terá motor híbrido e deve disputar espaço com Hilux, Amarok e até a futura Ram Dakota.

O Haval H6 híbrido diante da fábrica da GWM em Iracemápolis: modelo é o primeiro nacionalizado, com produção iniciada em agosto de 2025.
O Haval H6 híbrido diante da fábrica da GWM em Iracemápolis: modelo é o primeiro nacionalizado, com produção iniciada em agosto de 2025.

Peças locais - Já no primeiro lote de produção, pneus, rodas, vidros, bancos, chicotes e pintura são feitos no Brasil. A meta é atingir 60% de nacionalização até 2028, seguindo as exigências do programa federal MoVer, que substituiu o Rota 2030 e dá incentivos para fábricas que investem em eletrificação e cadeia local.

Investimento pesado - O plano de investimento soma R$ 10 bilhões até 2032. Desse total, R$ 4 bilhões serão aplicados até o final 2025 para adaptar a planta e criar a rede de concessionárias. Outros R$ 6 bilhões virão entre 2026 e 2032, com foco em novos modelos, baterias e pesquisa em combustíveis alternativos. É um dos maiores aportes de uma marca chinesa fora da Ásia.

Planos futuros - Além de expandir a produção, a GWM já estuda exportar veículos feitos em Iracemápolis para outros países da América do Sul a partir de 2027. Se a meta de 100 mil unidades anuais for alcançada na década de 2030, a fábrica poderá se tornar o maior polo da marca fora da China.

Localização estratégica - Iracemápolis, no interior paulista, foi escolhida pela estrutura pronta e pela logística. A região está a menos de 200 km do Porto de Santos, facilitando exportações, e próxima de fornecedores instalados no eixo Campinas–Sorocaba. Essa mesma localização foi determinante para a Mercedes-Benz investir no local em 2012.

Picape GWM Poer e o SUV Haval H9 lado a lado: ambos estão confirmados para a produção nacional a partir de 2026 em Iracemápolis.
Picape GWM Poer e o SUV Haval H9 lado a lado: ambos estão confirmados para a produção nacional a partir de 2026 em Iracemápolis.

Foco em híbridos - Todos os carros nacionais terão algum nível de eletrificação. O H6 usa motor 1.5 turbo a gasolina com elétrico, gerando 243 cv. Para os próximos anos, virão híbridos plug-in com mais de 100 km de autonomia elétrica e, a partir de 2027, os primeiros 100% elétricos nacionais, caso a rede de recarga evolua.

Impacto no mercado - Com a produção local, os preços podem cair até 15% em relação aos importados. Isso deve dobrar as vendas do H6, que já briga com Corolla Cross e Jeep Compass. A chegada da Poer em 2026 pode agitar o segmento de picapes médias, dominado por Toyota, Chevrolet e Ford. A GWM quer alcançar 5% do mercado brasileiro até 2030, algo inédito para uma marca chinesa.

 

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