Desde o início da pandemia do COVID 19 (vírus SARS-Cov-2), a sociedade tem buscado de adaptar aos novos moldes de convivência, não que isso seja novidade no nosso mundo e nem no nosso país, já passamos por experiencias com a pandemia como a preste negra, que matou quase cem milhões de pessoas no mundo entre 1.347 e 1.351 e a gripe espanhola entre 1.918 e 1.921. Essas pandemias forma marcantes na história da humanidade e a sociedade conseguiu encontrar uma forma de combater os males, claro com a ciência ajudando, ainda que na época não havia o mundo tecnológico de hoje.

                                      Sociedade é um grupo de indivíduos que formam um sistema aberto, no qual a maior parte das interações é feita com outros indivíduos pertencentes ao mesmo grupo, sendo uma rede de relacionamentos entre pessoas. Uma sociedade é uma comunidade interdependente. O significado geral de sociedade refere-se simplesmente a um grupo de pessoas vivendo juntas numa comunidade organizada.

                                      Porém é claro que a sociedade não será a mesma após o termino de todo esse processo da Pandemia do COVID, isso é certeza, mas o processo realmente está em seu final? Bom somos pessoas que acostumamos com números, índices em fim somos dependentes de estatísticas, e os números realmente caíram e com o sistema de saúde desafogado, no que se refere a COVID 19, parece que a volta à normalidade é algo que parece natural.

                                      Ademais estamos em uma época propícia, com as festas de final de ano e com a proximidade da maior festa coletiva do nosso país que é o carnaval. Depois de praticamente dois anos sem atividades festivas, parte da população se sente segura para extravasar o que foi reprimido neste período.

                                      O ponto nevrálgico disso tudo e que precisa ser avaliado: será que dá para relaxar? Pois bem com a ciência tão avançada tivemos resposta rápidas, como as vacinas em tempo recorde, ainda que falte muita pesquisa sobre o imunizante que não é unanimidade, nem mesmo entre os médicos, cientistas e pesquisadores.

                                      Como disse a sociedade não será a mesma após o termino da pandemia do COVID 19, porém está um pouco distante dizer que estamos completamente seguros, pois se nem mesmo os imunizantes tem o aval de toda a ciência, também há pessoas que não acreditam em sua eficácia, aliado a tal fato temos o problema das variantes, principalmente variantes vindas de países com baixa taxa de vacinação, como a África do Sul com apenas 6% da população vacinada.

                                      A variante ÔMICRON, chegou ao Brasil em razão de passageiros vindos da África do Sul, um casal de voluntários que lá estavam. Assim penso que as aglomerações não são recomendáveis ainda, temos visto os estádios de futebol cheios, algumas feiras agropecuárias sendo realizadas pelo país, os aeroportos estão ficando cheios de novo, em fim parece que está tudo voltando ao normal. Mas os cuidados não devem ser esquecidos, pois essa variante fez as primeiras vítimas no Reino Unido no dia 13 de dezembro de 2021, ainda que não há dados sobre a mortalidade da mesma, o que se tem de concreto é que já existe vítimas fatais.

                                      As festividades de final de ano e carnaval têm que ser debatidas pelo poder público com seriedade, pois estamos tratando de um assunto que pode colocar vidas em jogo, bem como o retorno dos graves problemas que vivemos no ápice da pandemia. Passa também pelo esforço da população em entender que a maior vítima do descaso e do relaxamento das medidas de segurança é a própria sociedade.

                                      Portando as festas de final de ano e carnaval, devem ser revistas pelo Poder Público com o intuito de preservar vidas, não se tratando de política, mas sim de saúde da população.

                                      Não se pode, em nome de agradar grupo ou setores da sociedade, deixar de discutir com muita seriedade e com responsabilidade esse tema, pois nesse período temos a visitar de milhares de estrangeiros no nosso pais, temos comemorações e festas com aglomerações monstruosas, assim o Poder Público e a sociedade como um todo precisam muito, mas muito mesmo conversar para que não haja retorno dos sombrios dias quando o ápice da pandemia deixou o País paralisado e inerte, e pior vendo vidas sendo ceifadas sem nada poder fazer.

Bento Adriano Monteiro Duailibi
Advogado militante, Professor Universitário,
Pós Graduado em Direito Civil e Metodologia do Ensino Superior,
Membro da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul.