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Heitor Freire

LIVRE PENSAR

A VIDA COMO ELA É

8 agosto 2025 - 09h30Por Heitor Freire

À medida que os anos passam e nos dedicamos a procurar entender o mistério da vida com todas as suas implicações, vamos tirando algumas conclusões, frutos do nosso discernimento, que conduzem e orientam o nosso aprendizado.

Uma das minhas conclusões é a certeza absoluta da realidade da reencarnação. Não há como, no meu entendimento, aceitar que em uma única encarnação seja determinado o destino definitivo da nossa alma: céu ou inferno, para sempre.  Seria profundamente injusto com quem se vê, por exemplo, privado da visão ou portador de alguma deficiência física que impeça sua atuação efetiva, e que passa toda uma encarnação dependendo de outras pessoas para sobreviver.

A reencarnação inicialmente era parte do ensinamento da Igreja Católica, mas devido a interpretações equivocadas foi excluída dos seus cânones. No Concílio de Constantinopla em 553 d.C., a doutrina da preexistência da alma, e por consequência a reencarnação, foi oficialmente rejeitada e condenada, por influência direta da imperatriz Teodora Tziros, mulher de Justiniano, imperador romano que reinava naquela época.

Jesus demonstrou claramente a realidade da reencarnação quando se referiu a João Batista no Evangelho de Mateus (17:10-13), respondendo à pergunta dos discípulos sobre a vinda de Elias antes do Messias. Na ocasião, Jesus afirmou que Elias já tinha vindo ao mundo anteriormente, mas não foi reconhecido e foi maltratado – referia-se a João Batista como a reencarnação de Elias e destacou a semelhança entre a missão dos dois profetas.

Outro episódio narrado no Novo Testamento (João 3:1-21) conta que Jesus disse a Nicodemos: “Digo-lhe a verdade: ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito. Quem nasce da carne é carne, quem nasce do Espírito é espírito. Não se surpreenda pelo fato de eu ter dito: é necessário que vocês nasçam de novo. O vento sopra onde quer, você ouve o barulho, mas não sabe de onde ele vem, nem para onde vai; o mesmo se dá com todo homem que é nascido do Espírito.” O que eu entendo dessa fala de Jesus, comparando a existência humana com o vento que ninguém vê, como uma analogia perfeita com a reencarnação. A conversa com Nicodemos é um dos momentos mais profundos do Evangelho de João, revelando a natureza do Reino de Deus, o papel de Jesus e a importância da fé para a salvação.

A segunda conclusão, decorrente da primeira, é de que a alma não tem idade, gênero, nacionalidade, cor.

Uma outra conclusão, por mais óbvia que possa parecer, é de que a morte é um fato. Ela atinge a todos, indistintamente. A lamentação que assistimos dos familiares de um falecido decorre da ignorância desse fato. Quem morre não deve ser pranteado, mas homenageado por ter concluído a participação em sua encarnação. O que acontece é que o falecido antecedeu aos familiares, parentes e amigos, na Grande Viagem. Viagem, aliás, que todos nós, a tempo e hora, vamos empreender um dia. Sabendo ou não sabendo, querendo ou não querendo.

Além disso, há também um sentimento de culpa que nos assola, decorrente também da nossa ignorância, porque o que nos acontece é fruto direto dos nossos atos. E por esse motivo devemos pautar nossos atos pela responsabilidade consciente do que pensamos, sentimos e fazemos. Tudo é regido pela Lei. No caso, a Lei de Causa e Efeito, que é inexorável. Na contabilidade espiritual não há estorno. Somente débito, crédito e saldo.

Tudo depende da nossa vontade, que para ser efetiva tem de ser consciente. O que plantamos, colhemos. Mais cedo ou mais tarde.

Para finalizar, deixo um ensinamento da ciência esotérica: “Se compreendes, as coisas são como são; se não compreendes, as coisas são como são”. E ponto final.

Heitor Rodrigues Freire – Corretor de imóveis e advogado.

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