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Viviane Feitosa

MATERNIDADE & ESTILO DE VIDA

"Use a tecnologia a seu favor, ao educar seu filho" orienta country marketing manager do Instagram

2 setembro 2020 - 15h32Por Viviane Feitosa

Um dos meus maiores desafios quando estou com o celular na mão é ter foco: geralmente um assunto acaba levando a outro e a outro e a outro.

 

O resultado é que, se por um lado eu demoro o triplo de tempo para finalizar uma tarefa, por outro eu sempre descubro algo legal.

Foi numa dessas buscas que encontrei em um podcast a história da Beatriz Bottesi, a Bia.

Mãe do Francisco, 3 anos e 8 meses e do Antônio Pedro, 4 meses; esposa do Joaquim, a Bia nasceu em Campinas (SP) e se divide ainda com outros "pratinhos" como ela mesma fala: filha, irmã, amiga, profissional.

Assim como muitas mães, especialmente neste ano, enfrenta jornada tripla para dar conta de tudo. A cereja do bolo é que ela trabalha na empresa onde muitas pessoas hoje passam suas horas: o Instagram.

A country manager marketing da empresa norte-americana se formou na mesma época que eu, em Campinas, na ESAMC - a Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas, do grupo da ESPM. Já desde a época do estágio tem trilhado um caminho permeado por passagens em empresas "sexies", como ela define.

Começou como estagiária na conceituada Portal Publicidade, em Campinas, sem nem ter entrado na faculdade, e depois vieram Red Bull, Nike, Coca-Cola e a grande mudança de mercado para o Instagram.

Mesmo sem ter nos falado pessoalmente, lembro vagamente da figura dela pela faculdade, com amigos em comum, sempre rodeada de gente e com um riso fácil.

Sua receptividade ao novo continua intacta, vide o convite aceito para esta entrevista, feita por WhatsApp, entre textos, áudios e algum ajuste de agendas.

Viviane - Oi, Bia! Obrigada por aceitar falar aqui pro site ! Você pode contar um resumo do seu início profissional ? Como foi a escolha pelo curso de Administração Marketing ?

Beatriz Bottesi - A escolha pelo curso de marketing foi curiosa, na verdade. Eu já trabalhava com Publicidade antes de fazer o curso de Administração. Eu trabalhava numa agência chamada Portal Publicidade, em Campinas. E eu trabalhava lá durante o dia, como uma estagiária, sem ser uma estagiária, por que eu ainda não estava na faculdade. E eu estava louca para fazer Publicidade e Comunicação porque já sabia que essa era minha área. Já estava apaixonada pelo Marketing, pela Publicidade, mas naquela época, na ESAMC - que era a ESPM em Campinas – o único curso que tinha noturno era de Administração com ênfase em Marketing. Então pra não ter que sair da Portal e poder continuar trabalhando durante o dia, eu optei pelo curso de Administração com ênfase em Marketing, que era à noite. Eu ia pro trabalho de manhã e à tarde, saía do trabalho e ia pra faculdade, pro curso de Administração.

V - Li que você já esteve no Marketing de empresas como a Nike, Red Bull, Coca-Cola e agora Instagram. Todas empresas que são sonho de consumo mesmo para quem não é da área. Como foi trilhado esse caminho?

Bia - O caminho de passar por empresas grandes - eu sempre falo: pra uma pessoa que trabalha com marcas trabalhar no marketing da Nike, da Red Bull, são marcas super sexies, marcas incríveis de poder colocar a mão, de poder construí-las, continuar contando histórias e comunicá-las pra um consumidor que já é apaixonado por todas elas – eu sempre digo que sou muito sortuda. Por ter a sorte de ter literalmente cuidado do marketing de empresas que são fáceis de construir histórias, porque são marcas que já são amadas pelo consumidor. Então, a história da minha carreira sempre foi de muita paixão, sempre deixando a minha intuição falar alto pra tomar decisões. Senão nunca teria saído da Red Bull, que era uma empresa que eu amava. Mas daí eu resolvi ir pra Nike, pelo momento que o Brasil estava, íamos receber as Olimpíadas, a Copa do Mundo, era muito especial. E também não teria saído da Nike, porque eu também estava super feliz lá. Mas daí eu assumi o marketing da Coca-Cola, porque eu queria mudar pro Rio de Janeiro pra estar mais próxima do até então meu namorado na época, que hoje é meu marido, o Joaquim, que morava no Rio. Eu fui pra Coca-Cola pra poder ficar no Rio de Janeiro. Fiquei na Coca-Cola durante seis anos. E deixei meu coração também falar mais alto, a intuição, ao fazer o movimento de assumir o Instagram pra poder entender um pouco mais desse mundo de tecnologia. Sair um pouco do mundo de bem de consumo e assumir uma coisa diferente, onde eu vou aprender cada vez mais e ser uma profissional mais completa e melhor. Esse foi o motivo pra eu ter feito a movimentação pro mundo de tecnologia, sempre me guiando pelo coração, menos pela razão e mais pela emoção e pelo coração, tomando decisões que fossem pertinentes pra onde quero chegar.

V - Qual a sua característica que mais a ajudou a alcançar objetivos?

Bia - Sempre falo isso, de coisas que valem a pena um profissional ter. Acho que algumas delas é persistência, brilho nos olhos, networking. Então, acho que é uma mistura dessas três. Sempre fiz questão de estar bem conectada com as pessoas do mercado, ouvindo as pessoas. Fiz questão ao máximo de tentar manter o ego sempre de lado e ser uma pessoa empática. Ouvir todo mundo, meus chefes, meus pares, minha equipe. Estar sempre acolhendo, ouvindo e investindo em outras opiniões, nunca achando que eu sou dona da razão. Então acho que essas características que foram me tornando uma profissional aberta, que gosta de ouvir, que gosta de construir junto. Que não é dona da ideia “ah é isso e vamos fazer dessa forma porque eu penso assim”. Muito pelo contrário, eu gosto muito de ser questionada e de construir com a equipe a quatro mãos e ouvir bastante gente pra fazer algo.

V - Hoje você é mãe de dois meninos lindos. Conta pra gente como ficou a sua carreira durante a gestação e nascimento dos dois:

Bia - Eu sou mãe de dois meninos, o Francisco, de 3 anos e 8 meses, nasceu quando eu estava na Coca-Cola. E o Antônio Pedro, que hoje faz 4 meses. A carreira e a gestação têm essa questão do equilíbrio, não é fácil. Depois que nasce o primeiro filho, a nossa prioridade que era A vira B. Óbvio que família tá acima de tudo, pelo menos pra mim, e vai continuar estando, mas eu tenho muita paixão pelo meu trabalho. Então achar esse equilíbrio onde “ah, agora sou mãe, agora sou profissional, agora sou esposa”. Eu sou a Beatriz e eu tento fazer esse 360 e mexer todos os pratinhos ao mesmo tempo. Durante a semana, se eu tenho que levantar às 4h pra levar o Francisco ao pediatra ou para fazer um ultrassom, quando eu estava grávida, vou e cuido da minha saúde e cuido dos meus filhos. Busco meus filhos na escola, tenho sempre essa questão de estar presente. E é a mesma coisa no final de semana: se eu tiver que responder um e-mail de trabalho, terminar uma apresentação ou estudar para uma reunião que eu tenho durante a semana, eu também vou me dedicar. Tenho isso de ser um ser humano que me dedico às coisas que eu amo na minha vida. E não quebrar a vida em “ah, agora é meu momento profissional, agora é meu momento pessoal, agora é meu momento esposa, agora é meu momento dona de casa". Eu vou fazendo tudo com um pouquinho de amor, sabendo principalmente que não vou ser perfeita em todas as frentes. Então parei um pouco de me cobrar de ser nota 10 em tudo e aceitar que alguns pratos vão cair, que isso é normal. A gente tem que se cobrar menos.

V - Por trabalhar com tecnologia e ter filhos, você vivencia os dois lados da ferramenta. Você estabelece para eles alguma regra para o consumo de internet e TV ?

Bia - Acho que a pandemia veio pra nos questionar. Não tenho muita regra com o Francisco, o Antônio Pedro ainda é um bebê, então não tem celular, não tem nada. Às vezes, ele fica vendo uma televisãozinha junto com o irmão enquanto eu estou fazendo alguma coisa, mas de tabela, sem culpa. Antes da pandemia, o Francisco tinha a rotina dele, de ir pra escola, voltava, descansava um pouquinho, almoço, ia brincar, uma natação e o pouquinho que ele tinha da tela ( ou poucão, sem julgamentos ) era mais no final do dia ou assistia um filme junto comigo e com o pai dele na televisão. A gente sempre vê ToyStory, filmes que são pra família e que fica todo mundo ali na tela junto assistindo. Então, eu nunca me preocupei muito com isso porque eu sabia que era uma rotina muito saudável, até chegar esse momento que a gente está vivendo agora, onde de fato as coisas desandaram bastante. Acabei de ter um filho, não tive muita ajuda no começo, era eu com os dois. Obviamente que a hora tela do meu filho mais velho aumentou consideravelmente. E eu fiquei preocupada no começo, mas depois eu fui percebendo que é menos sobre a quantidade de horas e mais sobre o conteúdo do que ele tá assistindo. Então, às vezes, eu escolho um desenho de aulinha em inglês, em que ele consegue continuar aprendendo o que estava aprendendo na escola ou algum joguinho que vai incentivar um pouco a questão da memória dele. No final, não só por trabalhar em empresa de tecnologia, eu uso a tecnologia muito a meu favor. Isso tem sido muito bom, porque eu consigo achar um equilíbrio também e não ficar tão preocupada por ele ficar tanto na frente do celular.

Complete a frase: A quarentena me ensinou “que não serei 100% em tudo que faço. E me ensinou a não me culpar por isso”.

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