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BIOMA PANTANEIRO

Sete primeiros meses do ano marca o maior índice de queimadas em 22 anos no Pantanal

Corumbá, a 427 km de Campo Grande, é o município que mais apresentou o foco nas últimas 48 horas

21 julho 2020 - 09h30Carlos Ferreira
Bombeiros têm encontrado animais carbonizados na área atingida pelo fogo
Bombeiros têm encontrado animais carbonizados na área atingida pelo fogo - (Foto: Chico Ribeiro)

As queimadas no Pantanal continuam acontecendo, e conforme os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), até o último domingo (19), foram registrados 3.179 focos de incêndio no bioma, o maior índice desde 1998.

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O índice registrado apenas nos primeiros sete meses deste ano, já é maior do que o monitorado em todo o ano de 2018, quando 1.691 focos tiveram de ser combatidos no Pantanal sul-mato-grossense.

Corumbá, a 427 km de Campo Grande, é o município que mais apresentou o foco nas últimas 48 horas, foram 146 novos focos registrados pelo INPE, com mais de 7 mil hectares consumidos pelas chamas.

No mês de junho, por exemplo, a Polícia Militar Ambiental de Corumbá autuou sete pessoas por uso de fogo seguido de incêndio e por corte, armazenamento e transporte de madeira sem autorização ambiental, incluindo áreas de reservas legais. Em maio, o total de autuações foi de 19, pelos mesmos crimes ambientais. Com o uso do helicóptero, os policiais vistorias em áreas de difícil acesso.

Ao portal A Crítica, o comandante do Corpo de Bombeiros de MS Cel. Joilson Alves do Amaral alerta que seca atípica no Pantanal dificultou o combate ao fogo, que se espalhou facilmente pela vegetação do entorno da Serra do Amolar, ameaçando a população ribeirinha e algumas propriedades rurais existentes na região, distante cerca de 150 km do Parque Nacional do Pantanal unidade de conservação criada em meio ao complexo de áreas protegidas e reconhecidas pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Reserva da Biosfera e Patrimônio Natural da Humanidade.

"Em abril deste ano tivemos uma ocorrência que necessitou empenho de efetivo, viaturas e aeronaves que conseguiu apoio dos bombeiros de Brasília e de MT temos um termo de cooperação técnica um apoia o outro conforme a necessidade. Foi uma ocorrência atípica não estávamos esperando na série histórica de incêndios, neste período não tem esta gravidade", acrescentou.

As queimadas no Pantanal registraram o maior índice em 22 anos

Só até o último domingo, o INPE registrou mais de 2218 focos de queimadas neste ano no município de Corumbá, 1.757 a mais do que Poconé (MT), a segunda cidade com mais focos listada pelo Instituto. De acordo com o Corpo de Bombeiros, são realizados levantamentos logísticos e de estratégia periodicamente para o combate das queimadas no município.

Proibição - O governo federal anunciou, no último dia 15, um decreto para proibir o emprego de fogo em áreas rurais por um período de 120 dias. A medida vale para todo o território nacional. Em nota distribuída à imprensa, a Secretaria-Geral da Presidência da República informou que, historicamente, a maior incidência de queimadas ocorre entre os meses de agosto e outubro.

Segundo a nota, citando o Ministério do Meio Ambiente, os dados recentes da plataforma de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam grande quantidade de focos de queimadas no primeiro semestre deste ano, não apenas na Amazônia, mas também em outros biomas, como o Pantanal.

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