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MEIO AMBIENTE

Seminário de gestão socioambiental busca mudança de memória social

Todos os palestrantes abordaram, em suas falas, a necessidade de se mudar hábitos em prol da sustentabilidade

10 outubro 2018 - 17h44
Na abertura, o diretor geral da Escola Judicial (Ejud/MS), Des. Júlio Roberto Siqueira Cardoso, agradeceu aos que empenharam tempo para ampliar seus conhecimentos, destacando que os participantes são pessoas engajadas com o tema
Na abertura, o diretor geral da Escola Judicial (Ejud/MS), Des. Júlio Roberto Siqueira Cardoso, agradeceu aos que empenharam tempo para ampliar seus conhecimentos, destacando que os participantes são pessoas engajadas com o tema - Foto: Divulgação
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Com 136 servidores inscritos, durante toda a quarta-feira (10), o plenário do Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça sediou o II Seminário Sul-mato-grossense de Gestão Socioambiental do Poder Judiciário – um dos mais importantes eventos na área ambiental do Estado.

Todos os palestrantes abordaram, em suas falas, a necessidade de se mudar hábitos em prol da sustentabilidade. Exemplificando ações habituais arraigadas na memória social de cada cidadão, os quatro deixaram claro: é preciso mudar urgentemente a fim de evitar um prejuízo irreversível ao meio ambiente.
Na abertura, o diretor geral da Escola Judicial (Ejud/MS), Des. Júlio Roberto Siqueira Cardoso, agradeceu aos que empenharam tempo para ampliar seus conhecimentos, destacando que os participantes são pessoas engajadas com o tema. Ele ressaltou que os palestrantes são quatro expoentes na questão de sustentabilidade em termos jurídicos e judiciais do Brasil.
No entender do desembargador, o direito não é mais destacado apenas pelo Código Civil e pelo Código Penal. Ele citou que existem novas questões como violência doméstica, ECA, nova Lei de Drogas e é preciso atualizar-se.
"E como fazer isso sem falar de sustentabilidade? O importante é trazer o conhecimento, como fizemos no I Seminário, e que vocês nos pediram que voltasse. Somos um Estado pequeno, que representa 1,7 das potencialidades do Brasil, mas queremos fazer a coisa certa. Interajam com questões de sustentabilidade. Sejam bem-vindos!"
A primeira palestra foi Gabriela Moreira de Azevedo Soares, diretora executiva do Departamento de Pesquisa Judiciário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que fez Balanço Socioambiental do Poder Judiciário. Ela citou números que estão sendo finalizados no CNJ e ressaltou a importância de se conscientizar os participantes sobre a seriedade de práticas sustentáveis no ambiente de trabalho.
"Os planos de logística sustentável tiveram resultados positivos para reduzir os gastos socioeconômicos nos órgãos públicos. Esse projeto reside na tentativa de encontrar o equilíbrio entre a utilização dos recursos e o cuidado com o meio ambiente", disse.
A seguir, falou Adriana Tostes, do TJDFT, para apresentar o painel PLS – Ferramenta de gestão de consumo e gastos. Adriana citou o grau de adoecimentos de servidores e magistrados, lembrou que o viés sustentável abrange economia, cuidado ambiental e qualidade de vida no trabalho, e relatou as mudanças simples implantadas no TJDFT, que resultaram em significativos resultados.
"Responsabilidade social. A mudança tem a ver com o propósito de vida. A redução do material de consumo, entre copos descartáveis, garrafinhas de água, impressoras coloridas, consumo de energia e o controle nos gastos de água, trouxe uma melhor eficiência nos custos de trabalho".
No período vespertino o palestrante Benjamim Lima Jr., do Tribunal de Contas da União, apresentou o painel Política de Sustentabilidade do TCU, onde foram mostradas medidas sustentáveis, como o uso racional da água, energia elétrica, papel e outros recursos que, além de beneficiar o meio ambiente, resulta em economia financeira surpreendente.
"No TCU, por exemplo, no ano anterior, foram consumidas 1.219.800 garrafas plásticas de água e com o uso de copos de vidro reduzimos o consumo para 55.000 garrafas este ano, uma economia de um milhão de reais com a aquisição e logística", relatou.
Na sequência, apresentou-se Ganem Amiden Neto, representante da Associação Internacional de Administração de Tribunais, que falou sobre o Plano de Logística Sustentável aplicado a Gestão Territorial/Jurisdicional do TJMS.
"Precisamos ficar atentos às consequências do uso dos recursos naturais, pois temos um excesso de globalização e precisamos despertar a humanidade para a problemática ambiental. Com ações simples, conseguimos reduzir consideravelmente o uso de energia, por exemplo, além do uso racional do ar condicionado, a eliminação de copos descartáveis, entre outras medidas".
Por fim, trazendo um trabalho incrível prestado à sociedade e ao meio ambiente, Vinícius Saraiva de Oliveira, da Agepen/MS, apresentou o programa Arte com Pneus que, além de ressocializar os presos, visa a reciclagem de pneus velhos por meio da confecção de parques infantis.
O programa consiste em resgatar pneus descartados no meio ambiente e usar a mão de obra das penitenciárias para dar forma à matéria-prima, confeccionando brinquedos. Vinicius afirmou que até o momento 10 parques infantis já foram instalados, sendo dois em escolas municipais e oito em centros educacionais infantis.
"Por ano, vinte e dois milhões de pneus são trocados no país e 48% deles podem retornar ao mercado para serem ainda utilizados nos veículos ou submetidos a algum tipo de reforma, que é o que fazemos: ajudamos o meio ambiente, os apenados e deixamos sorrisos no rosto das crianças", concluiu Vinícius.
Durante o evento, duas empresas com foco sustentável fizeram exposições: uma de paineis fotovoltaicos e gerenciamento de resíduos e outra de composteiras domésticas e tapetes higiênicos lavável para cães – ambas ficaram acessíveis aos participantes no hall dos plenários.
Uma concessionária disponibilizou um carro híbrido para test drive, na rampa de acesso ao Tribunal de Justiça, pela Av. Mato Grosso.
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